Pesquisar este blog

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

BIBLIOGRAFIA SOBRE TEATRO DE RUA

Por Licko Turle, Jussara Trindade e Adailton Alves Livros. 

ALENCAR, Sandra. Atuadores da Paixão. Porto Alegre: Sec. Mun. De Cultura/ FRUMPROART, 1997.
BAKTHIN, Mikhail. A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento: O Contexto de François Rabelais. São Paulo: Annablume/Hucitec, 2002.
 BOAL, Augusto. Jogos para atores e não-atores. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
 BRITO, Beatriz. Uma tribo nômade: a ação do Oi Nóis Aqui Traveiz como espaço de resistência. Porto Alegre: s.n, 2008.
 CARNEIRO, Ana Maria Pacheco. Espaço Cênico e Comicidade: A busca de uma definição para a linguagem do ator (grupo Tá Na Rua – 1981) - Dissertação de mestrado em Teatro. Inédito. Rio de Janeiro : Centro de Letras e Artes/UNIRIO, 1998.
 CARREIRA, André Luiz Antunes Netto. Formação do Ator e Teatro de Grupo: Periferia e Busca de Identidade (p. 49-59). In MALUF, Sheila Diab e AQUINO, Ricardo Bigi de (orgs). Dramaturgia em Cena. Maceió; Salvador: DFAL/EDUFBA, 2006.
 _________. Teatro de Rua: Brasil e argentina nos anos 1980: Uma paixão no Asfalto, São Paulo, Aderaldo & Rothschild Editores Ltda, 2007.
 COSTA, Iná Camargo & CARVALHO, Dorberto. A luta dos grupos teatrais de São Paulo por políticas públicas para a cultura: os cinco primeiro anos da Lei de Fomento ao Teatro. São Paulo: Cooperativa Paulista de Teatro, 2008.
 CRUCIANI, Fabrizio e FALLETTI, Clelia. Teatro de Rua. São Paulo: Hucitec, 1999.
 CRISTIANO, Marcos. Manual básico para Teatro de Rua: Técnicas e Estratégias. Salvador: Fundação Cultural do Estado da Bahia, 2005.
 DaMATTA, Roberto. A casa & A Rua: espaço, cidadania, mulher e morte no Brasil. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.
 GREINER, Christine & BIÃO, Armindo (Orgs.) Etnocenologia (textos selecionados). São Paulo: Annablume, 1999.
 LIGIERO, Zeca. Teatro & Comunidade: Uma experiência. Uberlândia: Univ. Federal de Uberlândia, 1983.
 ____________ Teatro a partir da comunidade. Rio de Janeiro: Papel Virtual Editora, 2003.
 LIMA, Evelyn Furquim Werneck Lima (Org.) Espaço e teatro: do edifício teatral à cidade como palco. Rio de Janeiro: 7Letras, 2008.
 MAGRI, Yeda & ARTIGOS, João Carlos. Teatro de anônimo: Sentidos de uma experiência. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2008.
 MATE, Alexandre. Buraco d`Oráculo: uma trupe paulistana de jogatores desfraldando espetáculos pelos espaços públicos da cidade. São Paulo: s. e., 2009.
 MEDEIROS, Maria Beatriz; MONTEIRO, Marianna F. M. (Org.) Espaço e Performance. Brasília: Editora da Pós-Graduação em Arte da Universidade de Brasília, 2007.
 MINOIS, Georges. História do riso e do escárnio. Trad.: Maria Elena Ortiz Assumpção. São Paulo: Unesp, 2003.
 MIRALLES, Alberto. Novos Rumos do Teatro. Rio de Janeiro: Salvat, 1979.
MOREIRA, Romildo. Teatro Popular: Um jeito Cênico de Ser. Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife, 2000.
MST, Coletivo Nacional de Cultura do. (Org.) Teatro e Transformação Social Volume 1: Teatro Forum e Agit-Prop. São Paulo: CFPC, 2007
MST, Coletivo Nacional de Cultura do. (Org.) Teatro eTransformação Social Volume 2: Teatro Épico. São Paulo: CFPC, 2007
 SANTOS, Valmir (Org.) Aos que virão depois de nós – Kassandra in process: O desassombro da Utopia. Porto Alegre: Tomo, 2005.
 SILVA, Nereu Afonso da. As Graças. Sem notas bibliográficas.
TELLES, Narciso. Pedagogia do Teatro e o Teatro de Rua. Porto alegre : Editora Mediação, 2008.
TELLES, Narciso e CARNEIRO, Ana. (Orgs.) Teatro de Rua : Olhares e Perspectivas. Rio de Janeiro : E-Papers Serviços Editoriais, 2005.
_____________ Grupo Revolucena, o Teatro que caminha pelas ruas. Rio de Janeiro, 2006.
 TURLE, Licko & TRINDADE, Jussara. (Orgs.). TÁ NA RUA-Teatro sem Arquitetura, Dramturgia sem Literatura, Ator sem Papel. Rio de Janeiro : Editora Tá na Rua, 2008.
TABLADO DE ARRUAR. Teatro de Rua em Movimento 1- São Paulo, Cooperativa Paulista de Teatro, 2004.
 VECCHIO, Rafael. A Utopia em Ação. Porto Alegre : Terreira da Tribo Produções Artísticas, 2007.
VIEIRA, César. Em busca de um teatro popular. Rio de Janeiro : FUNARTE/MinC, 2007.

  Jornais:
Ruarada
Movimento de Teatro de Rua de São Paulo

Sites:
Cooperativa Paulista de Teatro » http://www.cooperativadeteatro.com.br/

Blogs:
Teatro de Rua no Brasil (RBTR);
O Teatro e a Cidade (http://www.teatroderuaeacidade.blogspot.com/);
MTR/SP – http://www.mtrsaopaulo.blogspot.com/;

 Revistas : 
Arte e Resistência na Rua (Publicada pelo MTR/SP)
Cavalo Louco (Grupo Ói Nóis aqui Traveis-RS)
A Poética da Rua (Núcleo Pavanelli de Teatro e Circo - SP)
Sub-texto (Grupo Galpão-MG)
Semear Asas (Pombas Urbanas – SP)
Tá Na Rua (Grupo Tá Na Rua – RJ)
Trans/Form/Ação v.24 n.1 Marília, 2001. Disponível em http://www.scielo.br/.

  Vídeos : 
Teatro de Rua com amir Haddad – 1998 – FUNARTE (acervo Tá Na Rua)- RJ
UrgÊncia nas Ruas – Teatro Hip-Hop, Nucleo Bartolomeu de Depoimentos,SP
Grupo Galpão –MG
A Batalha da Maria Antonia – Núcleo Pavanelli de Teatro de Rua e Circo
O que é teatro? de Reinaldo Maya –SP
Tá na Rua – Licko Turle e Jussara Trindade
2ª MOSTRA DE TEATRO DE RUA LINO ROJAS. Edição, Animação e Autoração: Trupe Lona Preta. Realização: Movimento de Teatro de Rua de São Paulo e Secretaria Municipal de Cultura. São Paulo, 2007. 1 DVD Vídeo (10 min), colorido.
DO OUTRO LADO DA PLATÉIA: O TEATRO EM 4 VISÕES. Direção: Tatiana Batista. Produção: Fagner Fernandes, Luca Cardoso, Renan Moncoski. São Paulo: Retrô, 2007. 1 DVD Vídeo (12 min), NTSC, colorido.
O GRANDE PALCO. Direção: Olímpio Murilo Capeli. São Paulo: Fac-Fito, 2007. (20 min), colorido. Disponível em http://br.youtube.com/watch?v=K9CM5KJ08Y, consultado em 31/05/08.
TEATRO DE RUA. Direção: Sérgio Sanz. Produção: Confenata e Fundacen. Rio de Janeiro, s.d. 1 DVD Vídeo, colorido. TR. Direção: Edna Antônio; Fernanda Pasquantonio; Mayra Capelosa. Produção: Edna Antônio. São Paulo: Orluz Produções, 2006. 1 DVD Vídeo (20 min), NTSC, colorido.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Descentralizar o teatro é uma necessidade*

Por Adailtom Alves

São Paulo, em 2007, segundo dados do IBGE, tinha uma população estimada em 10.886.518 habitantes residindo em 96 distritos. Não se sabe quanto desse total tem acesso ao teatro, já que nos faltam pesquisas a esse respeito, não obstante, pode-se concluir que são poucos.

Mas, se analisarmos onde estão situados as casas de espetáculos, é possível termos uma idéia de quem tem acesso ao teatro. São Paulo tem centenas de casas de espetáculos e espaços culturais alternativos, localizados, em sua grande maioria, na região central, no que se costuma chamar de centro histórico e centro expandido. Segundo Milton santos, essas duas regiões cobrem 14% do território paulistano, onde residem 20% da população da cidade. Para comprovarmos os dados do geógrafo, basta olharmos os guias culturais da cidade. Temos, em São Paulo, uma concentração dos espetáculos teatrais em uma pequena parte da cidade.

É enorme a distância entre os distritos e os espaços culturais, multiplicado pela “distância política”, isto é, pela falta de informação e pela falta de meios financeiros, impossibilitando que o cidadão comum chegue até esses teatros. É importante deixar claro que não estamos nos colocando contra o teatro realizados nesses espaços, muito menos contra esses equipamentos, estamos, isso sim, falando contra uma ideologia perversa que tem persistido na cidade de São Paulo, que a de permitir o acesso as artes à poucos. E isso torna-se patente pela localização não só dos teatros, mas também dos museus, dos cinemas, das galerias entre outros.

Felizmente, na contra corrente disso tudo tem surgido espaços culturais em outras regiões, bem como alguns projetos desenvolvidos com recursos do Programa de Fomento para a Cidade de São Paulo, tem chegado a outros distritos fora das duas regiões já aludidas. Outro aspecto fundamental que tem permitido o acesso a muitos, é o teatro de rua, que, graças as suas características, pode deslocar-se qualquer parte da cidade sem perder seus elementos técnicos e estéticos, tornando os espaços públicos abertos locais de fruição do teatro. Citaremos três experiências nesse sentido; o projeto Circular Cohab`s do Buraco d`Oráculo, o Arte Por Toda Parte da Brava Companhia e o Semeando Asas na Comunidade do grupo Pombas Urbanas.

O primeiro, Circular Cohab`s, foi realizado pelo grupo Buraco d`Oráculo na região keste de São Paulo entre 2005 e 2007, atingindo dezoito comunidades e um público estimado em mais de trinta mil pessoas. Muitas, jamais tinham visto teatro. Além de espetáculos o grupo ofereceu oficinas de teatro aos jovens visando formar grupos nas comunidades, para tanto foram escolhidas três bairros: São Miguel, Cidade Tiradentes e Itaim Paulista. Os três núcleos receberam oficinas de preparação corporal, interpretação, percussão, circo, figurinos e adereços, sendo que ao final realizaram a montagem de um espetáculo, dos três núcleos, dois continuam em atividade.

Em 2008 o Buraco d`Oráculo retornou a seis das dezoito comunidades, realizando novo circuito denominado de Re-Praça. O circuito faz parte do projeto de 10 anos do grupo, contemplado pelo Programa de Fomento e busca dialogar ainda mais com as pessoas que ali residem, pois a próxima montagem teatral do grupo será feita a partir das histórias de vida dos cidadãos que ali residem.

O segundo projeto, Arte Por Toda Parte, foi desenvolvido na zona sul da cidade pela Brava Companhia e consiste em oficinas de teatro para jovens entre dez e dezessete anos. As oficinas são ministradas nas escolas dos bairros de Campo Belo, Santo Amaro, Capão Redondo, Parelheiros e tantos outros. O grupo já atingiu mais de 20 escolas e suas oficinas já atenderam mais de 500 jovens. Além disso, o grupo faz á muitos anos apresentações de seus espetáculos nesses lugares, além de promover encontros entre os grupos da região (já ocorreu mais de dez encontros) para discutirem o fazer teatral.

O grupo Pombas Urbanas, que em 2009 fará vinte anos, realizou em 2008 o projeto Semeando Asas na Comunidade, que consistiu de um circuito teatral na Cidade Tiradentes, atingindo quatro praças e o Centro Cultural Arte em Construção, gerido pelo grupo naquele bairro. O projeto é uma re-nomeação de outro que deu origem ao grupo em 1989, quando Lino Rojas foi para São Miguel Paulista visando formar jovens na linguagem teatral. Como deu certo, a fórmula foi repetida e ampliada. Dessa vez mais de trinta jovens foram capacitados para atuarem juntamente com o grupo na execução do projeto. Para tanto, receberam aulas de teatro, iluminação, história do teatro, produção, gestão cultural etc. Quanto aos espetáculos para a comunidade, o projeto do Pombas Urbanas foi duplamente feliz, já que ofereceu espetáculos de rua (em quatro praças) e de palco (Centro Cultural Arte em Construção), permitindo o acesso ao público de uma grande diversidade de espetáculos, apresentados pelo próprio grupo e dezenas de outros grupos convidados, tanto na ruas como na sala. O sucesso do projeto foi registrado na Revista Semear Asas, editada pelo grupo ao término do projeto.

Essas três experiências demonstram que o teatro deve estar mais próximo de todos, dão a necessidade de projetos e ações mais descentralizados, espalhados por toda cidade. Aproximar-se dos adolescentes é outra necessidade, pois quem conhece a periferia de São Paulo sabe que a maior parte da população dessas regiões é composta por jovens. Possibilitar que os mesmos discutam seus problemas e suas realidades através da linguagem teatral é mais que formar público é formar cidadãos. Os projetos aqui apresentados nos levam a refletir o quão urgente é a descentralização teatral, afinal só seremos uma república democrática quando considerarmos “todos os cidadãos como iguais, independentemente do lugar onde estejam” (SANTOS, 2000, p. 123).

Bibliografia citada 
SANTOS, Milton. O Espaço do Cidadão. 5ª ed. São Paulo: Nobel, 2000.
CONTAGEM da população 2007. Disponível em: www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/contagem2007/sp.pdf. Acesso em 15/06/08.

* Este artigo faz parte da pesquisa em História, realizada pelo autor sobre "Teatro de Rua em São Paulo" como bolsita PIBIC da Universidade Cruzeiro do Sul - UNICSUL. Foi publicado originalmente a "A Gargalhada" nº 09, p. 03 e revisado para esta publicação em 02/01/2009.