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Midas e a política cultural
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Artes Pública no Rio de Janeiro AMIR HADDAD
domingo, 4 de dezembro de 2011
TRES DÉCADAS DE TEATRO POPULAR NA BAHIA
PROJETO CHAPÉU DE PALHA: A INTERIORIZAÇÃO DO TEATRO POPULAR NA BAHIA
(por Marcos Cristiano - 2011)
Idealizado pela atriz Jurema Penna e mantido pela Fundação Cultural do Estado da Bahia, no período de 1983 a 2006, considerado pioneiro na interiorização da cultura no estado e que utilizava como estratégia de ação o teatro popular como instrumento para, além de resgatar culturas populares em vias de desaparecimento, reciclar e fortalecer as manifestações vigentes, também estimular o surgimento de multiplicadores e grupos de teatro, esses eram os objetivos do PROJETO CHAPÉU DE PALHA, que foi desarticulado no ano de 2007, sob a gestão de Márcio Meirelles, que também tentou matar o nosso grandioso Ballet do Teatro Castro Alves, que atualmente está em turnê pela Bélgica, muito bem, obrigado...
Corria o ano de 1986, e, no interior, tivemos a oportunidade de ter, pela primeira vez, o contato direto com uma profusão de técnicas cênicas, através das 10 oficinas oferecidas pelo Projeto Chapéu de Palha, no transcurso do III SEMINÁRIO REGIONAL, realizado em Itabuna, sul da Bahia. A nossa vontade era participar das dez oficinas disponibilizadas, afinal tudo era novidade para os interioranos, pois nomes como do Professor Ewald Hackler, Jurema Penna, Jesus Vivas, Nilson Mendes, Lúcia Mascarenhas, Haydil Linhares e tantos outros ícones do teatro baiano faziam parte do elenco de facilitadores, oportunidade única para beber conhecimentos e ter um contato mais profundo com as técnicas cênicas. Por isso que consideramos o marco inicial da nossa trajetória profissional, a partir daquele evento, pois foram aquelas três oficinas (Cenografia, Produção de Textos e Produção Cultural) que tomou corpo a nossa decisão de estudar o teatro de uma maneira científica.
Importante registrar que a realização do III Seminário na cidade de Itabuna foi patrocinada pela prefeitura municipal como parte das ações culturais implementadas, assim como a contratação de Mário Gusmão, como Dinamizador Cultural, que desencadeou uma efervescência cultural na cidade provocando o surgimento de vários grupos culturais, entre eles o Grupo Em Cena (do qual fazíamos parte e cujos integrantes - Jackson Costa, Carlos Betão, Alba Cristina e Mark Wilson - foram aglutinados durante as oficinas do III Seminário Regional do Projeto Chapéu de Palha).
Talvez a importância que se atribui a uma proposta de ação cultural como a desencadeada pelo Projeto Chapéu de Palha, deve-se ao seu caráter "fomentador", pois ao analisarmos o surgimento de grupos ou artistas de teatro popular de rua, observamos que a problemática é sempre a mesma, ou seja, a falta de espaço adequado para realizar ensaios ou apresentações e também a carência de recursos operacionais para viabilizarem as suas produções, notadamente nas cidades do interior, as pessoas não dispõem da mínima infra-estrutura para o feitio do teatro, como também não encontram fontes teóricas que atendam às suas necessidades técnicas, mesmo assim, de maneira intuitiva, realizam montagens em escolas, igrejas, clubes e praças, por isso a relevância de um projeto como o chapéu de palha, principalmente pelo embasamento teórico dos facilitadores, que ofereciam aos participantes a oportunidade do contato com uma práxis teatral diferenciada de tudo que já tínhamos até então, o que tornava a vivência muito rica e, em alguns casos, o acionador da trajetória acadêmica, como foi o nosso caso, em particular.
Isto posto, não poderíamos seguir adiante sem reportarmo-nos ao nosso caminho profissional, vez que foi justamente a nossa participação, primeiro como aluno, depois como técnico do projeto chapéu de palha, que possibilitou o processo de observação das deficiências dos elementos constitutivos do teatro em cada um daqueles municípios onde ministramos oficinas de teatro e constatamos "in loco"que a principal dificuldade da clientela (notadamente os diretores teatrais) era justamente horizontes teóricos, levando-se em conta que na maioria dos municípios baianos na há bibliotecas, o que aumenta a problemática. Por isso no ano de 1994 o lançamento da cartilha "Teatro de Rua – Técnicas e Estratégias"de nossa autoria (edição esgotada), apesar de abordar os elementos constitutivos do teatro de rua de maneira superficial já contemplava parte das carências do interior, no entanto, após concluirmos a graduação na Escola de Teatro da UFBA, ampliamos aquela cartilha, através de compilação de conteúdos adquiridos ao longo do nosso curso de teatro, o que redundou na edição, no ano de 2005, publicado pela Fundação Cultural do Estado da Bahia, do "Manual Básico para o Teatro de Rua" (edição esgotada), que tem apresentação da Dra. Eliene Benício, foi pensado de maneira a coligir num único volume o repertório de técnicas e estratégias para o teatro de rua, voltadas para atender aos anseios de quem quer fazer teatro, mas não sabe por onde começar. Existem tantas cidades nessas condições, onde a maior problemática é o entendimento de que cultura é o melhor remédio para a cidadania e contra a violência contemporânea.
O Projeto Chapéu de Palha com a sua filosofia popular proporcionavam-nos situações que exigiam soluções imediatas para problemas práticos, afinal essa dinâmica determinava que os técnicos (facilitadores) do "Chapéu de Palha" sempre resolvessem a mais complexa equação teatral, afinal foi por esse viés que Jurema Penna idealizou as linhas gerais daquela ação cultural pioneira no processo de interiorização da cultura no estado da Bahia.
Talvez por isso, ao longo das suas três décadas de existência, o Projeto Chapéu de Palha conseguiu disseminar a semente do teatro popular pelas cinco regiões do estado da Bahia, atingido cerca de 120 cidades (25% dos municípios baianos), fortalecendo a cultura local, cujo processo acontecia num período de 22 dias distribuídos em aulas de expressão corporal e vocal, pesquisa e construção do texto (de forma coletiva), ensaios e, no vigésimo segundo (e último) dia acontecia uma aula pública em forma de espetáculo.
Salvador-BA., 25 de Novembro de 2011
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Relato da VI Mostra de Teatro de Rua Lino Rojas em SP
Segue um relato sobre a VI Mostra de Teatro de Rua Lino Rojas que aconteceu nesta semana de 18 à 26 de novembro de 2011 em São Paulo.
Dos olhares ocupados e ocupando os solos
Quantos olhares curiosos cercam ansiosos por algo novo que chega na praça do Patriarca em plena sexta-feira, um cortejo e logo depois se transforma em uma roda abrindo a VI Mostra de Teatro de Rua Lino Rojas em pleno centro da cidade de São Paulo.Como vemos a cidade não pára; e os transeuntes também não e as lutas dos trabalhadores deste país muito menos, assim presenciei com muita tristeza e insatisfação de nossos governantes, as condições que a Frente de Luta por Moradia passou naquela sexta em uma desocupação de um dos prédios abandonados na Av.São João que estava com cerca de 300 pessoas, dentre elas muitas crianças e mulheres grávidas que cercadas de policiais e da força que nos oprime enquanto cidadão tiveram depois de um ano de ocupação sair daquele local de forma "pacífica"...
Passando o aperto no coração, mas com a cena gravada em minha memória para o resto de minha vida, voltei na segunda para São Paulo onde mais um cortejo percorreu o Vale do Anhangabaú, saindo do Viaduto do Chá (onde está acontecendo uma das ações do Ocupa Sampa) chegando ao Boulevard São João, dessa vez a Rede Livre Leste comandava a ação deste Fórum sobre Ocupação dos Espaços Públicos com Arte, fazendo parte da programação.Um debate livre e limpo no meio da e na rua, onde qualquer pessoa pudesse sentar e participar, como foi com alguns companheiros do Ocupa Sampa que descreveram parte da ocupação que está sendo realizada não só em São Paulo, mas em diversos estados e países fazendo parte e se encontrando em diversos sentidos com nossas reflexões e pensamentos, com nossas angústias e sentimentos sobre essas gestões que não nos contemplam de várias formas.Após o fórum pudemos prestigiar a Cia Forróbodo que mesmo com toda poluição sonora, apresentaram com humor, poesia, música e precisão nos hipnotizando em pleno calor forte do meio dia.
Logo após aconteceu o Seminário sobre Ocupação de Espaços Públicos na Câmara dos Vereadores onde escutamos algumas papagaiadas de vereadores como Agnaldo Timótio, que após um guitarrista que foi preso em São Paulo há uns anos atrás por fazer seu trabalho na rua, tocar para todos e o querido Alexandre de Recife do Grupo Vem Cá vem Vê recitar uma poesia com muita atitude e propriedade do que nos esta posto na rua, este vereador se levanta e procura dirigir o caminho que o músico deveria tomar com seu trabalho, tentando apontar e corrigir erros perante todos que estavam presentes, como ele mesmo disse por ser um "artista consagrado,,,"Outro episódio acachapante foi visto no mesmo lugar, um jornalista de MERDA foi pego no banheiro por articuladores da rede falando exatamente assim:"Eu não irei publicar nada destes artistas de rua, eles são uma merda..."e ao ser indagado destacou "Eu estudei muito para chegar onde estou!" o que gerou uma indignação de todos nós que somos trabalhadores e estudamos a vida inteira e não para tirar um diplominha e escrever asneiras por aí, pois ele sim é um ASNO, sem escrúpulos e sua futilidade cobre da cabeça aos pés sua postura.
No dia 22 de novembro (terça) em uma caminhada partimos para uma experiência com Georgette Fadel, uma oficina produtiva e que nos fez acima de tudo observar uma das ruas do Bairro da Barra Funda e interagir com ela e com seus moradores e arredores.De tarde assistimos dois espetáculos bem interessantes com temáticas variadas:Cia 43 de Teatro de São Bernardo do Campo com Teatragem que apresentou no Boulevard São João e o Grupo Mototóti de Porto Alegre com I-MUNDO que perante a chuva foi apresentado debaixo do Viaduto do Chá, local proibido no ano passado de chegarmos perto com qualquer ação artística e cultural sem pagar taxas absurdas que empresários pagam para acontecerem os eventos privados, além disso pudemos estar mais perto e re-significar a ação do Ocupa Sampa, transformando mais um pouquinho este espaço público que é nosso!!!
Moção de Apoio dos Estudantes da USP ao Acampa Sampa
Moção de repudio à reintegração
de posse da praça dos ciclistas.
Apoio ao Acampa Sampa!
a reintegração de posse da praça dos ciclistas na Avenida
Paulista, que está sendo ocupada pelo grupo Acampa
Sampa desde o dia 23 de novembro, para se integrar à
Marcha Continental pela Educação no dia 24.
ordenada pelo Governador Gerardo Alckmin, para o que
chamou a Polícia Militar e a tropa de choque comandada
pelo Capitão Del Vecchio, esperando agir terminado este
fim de semana.
na comunidade na ocupação dos espaços públicos, e pela
não criminalização dos movimentos sociais que são
perseguidos pelo Estado e suas forças militares.
Hoje, Sábado às 20h se realizará uma aula pública com os
ex presos políticos da USP na praça.
Estudantes da Universidade de São Paulo.
26 de novembro de 2011.
São Paulo anuncia novas regras do ProAC-ICMS.
Redação | quarta-feira, 23 novembro 2011
A Secretaria de Estado da Cultura publica resolução nesta quarta-feira (23/11) com uma série de mudanças no Programa de Ação Cultural – ICMS (ProAC-ICMS). Uma das mais importantes é o estabelecimento de um calendário fixo para cadastramento de novos proponentes e projetos, o que permitirá aos artistas e produtores culturais o planejamento de atividades a longo prazo. Várias medidas também foram tomadas para estimular a formalização do setor, melhor qualidade na aplicação do dinheiro público e desburocratização na apresentação de propostas.
O calendário para cadastramento já tem datas definidas pela resolução até o final de 2014. De forma geral, a apresentação de novos proponentes passa a ser feita entre novembro e janeiro. Para inscrição de projetos, haverá dois períodos ao invés de apenas um: de janeiro a março e de agosto a novembro.
Uma grande novidade é que pessoas jurídicas e artistas ligados a cooperativas passam a poder ter dois projetos em fase de captação ao mesmo tempo, ao invés de apenas um. Para os produtores, isso gera maior mobilidade e a possibilidade de acelerar a realização de projetos.