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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

domingo, 29 de setembro de 2013

Primeira Geração do Tá Na Rua em 1982, João Pessoa Paraíba

Clicque no link http://www.youtube.com/watch?v=Zdi1VMJD_Qs

 

Resgatando memórias com este vídeo:
Esse trabalho foi feito lá em João Pessoa a convite de Antonio Cadengue. era alguma coisa relacionada com a Universidade de lá, tanto que o espaço inicial, fechado, é uma sala da universidade. Deve ter isso no currículo do Tá na Rua; foi uma viagem dupla: João pessoa e em seguida, Recife, a convite da Prefeitura.
O espaço aberto é a feira de João Pessoa; uma feira enorme, muito movimentada. Aí aconteceu uma coisa muito incrível: começamos o trabalho em determinado ponto da feira, mas com o aumento da roda, começamos a prejudicar o transito das pessoas entre as barracas e aí surgiu um policial dizendo que teríamos de parar com o trabalho. Enquanto conversávamos com ele, o público não arredou pé. Depois de alguma conversa, ele disse que podíamos continuar, mas em outro espaço, onde não prejudicasse a feira. Mas fechar a trouxa, sair dali e ir para outro lugar seria fatal. acabaria com o espetáculo. Alguém sugeriu que se fossemos todos, atores e públicos, juntos, sem quebrar a roda, daria para continuar. Por mais louca que fosse a ideia, o público topou fazer isso conosco. No vídeo aparece um pouco esse momento: quando começamos a jogar todo o material de volta para a trouxa, para que ele pudesse ser carregado. E caminhamos por um bom pedaço pela feira: a roda do público, nós no meio, nos espremendo entre as passagens possíveis e quando chegamos no local em que podíamos trabalhar a roda se reorganizou e o trabalho continuou. Uma coisa muito, muito, especial e maravilhosa. Uma das muitas coisas lindas que acontece nesses caminhos das ruas.

ana carneiro
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Licko

Muito bom esse resgate.
Apenas uma pequena correção: o ano é 1981, se não me engano, no mês de junho (Thiago, que está em meu colo na roda, tinha apenas 4 meses).

ana carneiro
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Amir,
A passagem pela Tomada de João Pessoa rendeu estas imagens maravilhosas da primeira geração do Tá Na Rua. Gravado em Super 8, em 1982, pela UFPB.
Imperdível, uma aula de Teatro de Rua.

Licko Turle
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sábado, 28 de setembro de 2013

Ocupação Secretaria de Cultura de São José do Rio Preto

Olá amigos!

Aqui quem fala é Aline Alencar da Cia Forrobodó de Teatro , queria informar que a classe artística de São José do Rio preto, ocupou nessa ultima segunda feira a Secretaria de Cultura da cidade, devido ao descaso,  desvio de verba e falta de políticas públicas.

A gota d´água se deu pelo desvio de R$ 760.000,00 da pasta da cultura para saúde. Onde por sua vez cancelaria todos os eventos agendados e programados até o fim do ano, como: Mostra de Teatro de Rua da Cidade, Festival de Música Clássica e Música Popular, dentre outras festividades.

( Isso porque já perdemos uma série de eventos culturais, só mantivemos o FIT e mesmo hoje sucateado, porque o SESC ainda não largou mão, mas perdemos a Petrobras por falta de prestação de contas da S. Cultura). 

O caráter maior dessa ocupação é  pela falta de sensibilidade da prefeitura no que diz respeito a projetos e ações para cultura da cidade, que vive no mais completo abandono e com pessoas despreparadas para assumirem cargos na secretaria.

Nossa pauta de desocupação é:

- Integração no Sistema Nacional de Cultura
- Realização dos eventos programados até o fim do ano
- Reformulação do prêmio estímulo Nelson Seixas

Conforme conversa com o Secretario Alexandre Costa no dia de ontem, ele deixou claro que irá realizar os eventos até o fim do ano. O engraçado é que não nos informou de onde virá esta verba . Será que devemos confiar em receber os pagamentos?

A lei Nelson Seixas que é a maior piada da cultura municipal, não estabeleceu uma data para a reformulação com a classe artística da cidade e por isso não arredamos o pé. Pra vocês terem uma ideia o valor que eles pagam (o mais alto) é de R$ 12.000,00 para montagem de espetáculo. Depois você se vira para circular na cidade.

E o mais grave que é Sistema Nacional de Cultura o nosso estimado coronel Prefeito não quer assinar. E desta forma chamamos o MINC para vir semana que vem ( 2 ou 3 feira) para esclarecer em assembleia geral o que seja o Sistema Nacional de Cultura, já que o nosso prefeito diz não conhecer o Sistema.

Sendo assim só desocupamos a secretaria depois da ASSINATURA do termo do SNC. Senão outras medidas mais drásticas o movimento terá que assumir.

Conversando com outros grupos  pretendemos que o fórum do interior em Rio Preto seja no ultimo fim de semana de outubro.

Estamos vivendo um momento histórico nessa cidade e demos um primeiro passo na mobilização artística, em lutar pelo o que é de direito. São muitas pautas sendo discutidas e contamos com o apoio de vocês nessa luta.

Todos nós sofremos uma herança interiorana coronelista que nem mesmo a cultura caipira é valorizada e estimada, onde está por um fio em se perder, sendo ela a mais resistente de todas, 300 anos de história.

Não é o sertanejo de plástico que nos representa.

Contamos com o apoio de todos vocês!!!! Assim como poderão contar com nosso apoio também.


Saudações!!!



Aline Alencar

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Pequeno relatório do XIII Encontro RBTR

 
Rueiros, ai vai um pequeno relato do que eu presenciei no encontro. Nada muito detalhado.

Sou muito grata pela oportunidade e pelo aprendizado.  

Abraço a todos, espero que gostem. Livre para comentários.

Haux Haux.

l.

Relatório  da I Mostra Área Viva de Teatro de Rua e de Floresta e XIII Encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua de 24/08 a 31/08 de 2013
 
"Com as mãos arrebentadas, as entranhas devoradas, as palavras amarradas, o povo não morrerá". Música do espetáculo "A Exceção e a Regra" Grupo Cia. Estável de Teatro.
 
Rio Branco- Acre abre as portas para a sua primeira mostra de teatro de rua. Evento realizado na floresta, no espaço conhecido como Área Viva e na cidade pertencente  ao Grupo Experimental de Teatro de Rua e de Floresta Vivarte. Esse espaço é uma ocupação, localizado no KM 36 Ramal Caminho Encantado, onde o grupo, que também tem um trabalho ecológico, refloresta e preserva, eles também tem uma sede na cidade, mas neste não teve eventos. Unido com esse festival acontece o XIII Encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua.
O Encontro tem como programação, plenárias que discutem temas como GTs, editais, políticas públicas, setoriais e a organizações de próximos encontros, pois a rede é realizada por trocas de e-mail e dois encontros presenciais semestrais pelo Brasil e no fim é escrita uma carta para a ministra da cultura, no caso a ministra Marta Suplicy.
Estavam presentes no encontro alguns membros da comunidade indígena dos Huni Kuins, estes que buscam do nosso governo muitos pontos em comum com a rede, assim laçando uma parceria.
Dos dias 25/08 até o dia 27/08 foi realizado o  festival, onde todos os dias eram apresentadas peças teatrais e rituais indígenas. Espetáculos de palhaço, dança, peças politizadas e críticas o que da a possibilidade da reflexão, pois todas buscavam retratar algo do que anda acontecendo pelas entranhas do nosso país e das relações humanas.
A partir do dia 27/08 aconteceu a abertura do XIII Encontro da RBTR, tendo Amir Haddad como palestrante, evento realizado no parque Capitão Ciríaco, no centro da cidade. Reuniu alguns membros do teatro e comunidade, além da tribo Huni Kuin onde foram debatidos a linguagem e o teatro de rua. Segundo o convidado, o nome "teatro de rua", atualmente, é apenas simbólico e caracteriza os espetáculos que estão fora do circuito comercial e das salas convencionais de apresentação. "Quando volta para a rua, o teatro deixa de fazer parte de uma classe social e volta a pertencer ao povo. É isso que nos leva a ocupar os espaços públicos: arte é obra pública".
Após palestra, aconteceu um cortejo onde aproximadamente 300 pessoas foram em direção ao calçadão central para apreciar a peça "Ditinho Curadô" do Grupo Nativos Terra Rasgada de Sorocaba/SP.
Nos restante dos dias aconteciam as plenárias, onde em média 100 articuladores presenciavam e debatiam as pautas para ao fim delas ser escrita a carta para a ministra da cultura. Foram organizados os grupos de trabalhos GTs, que seriam: 1) Política e Ações estratégicas; 2) Pesquisa; 3) Colaboração artística; 4) Comunicação, onde me encaixei no de política, este que elaborou a carta.
Muitos estados do Brasil estavam sendo representados e cada um pode dizer como anda a situação de cultura e politicas publicas de sua região. Amplificando a ajuda para resoluções de problemas de cada local.
A cada início de dia era realizado um ritual dos Huni Kuins, que compartilhavam com todos, e ao fim da noite também. As pessoas puderam experimentar e trocar ideias com os representantes da tribo, que sentem a grande necessidade de ser escutado pelo governo.
Os Huni Kuin (gente verdadeira) como eles se denominam ou povo Kaxinawá como é mais conhecido, vive em terras situadas no Brasil, no Estado do Acre e no Peru. Sua língua pertence à família linguística Pano, que eles chamam de hatxa-kuin (língua verdadeira), cuja riqueza manifesta-se inclusive pela diversidade musical.
Conhecendo pajés, caciques, articuladores, vendo a simplicidade e a calma e como o respeito deles é grande e suas exigências apenas são as pessoas serem recíprocas, respeitando suas tradições e cultura.
Infelizmente, nem toda a programação foi realizada, algumas peças de teatro como "Conto de Fadas" do Cia Livre de Teatro RestaNóis e o espetáculo "Aqui não senhor Patrão" do Núcleo Pavanelli,  não puderam se apresentar, um por motivo de doença e o outro por estar na organização do evento, também a plenária da Universidade Federal do Acre não aconteceu por motivo de uma greve.
Teatro, ritual, música, política, reflexões, dança, ecologia, além de um coletivo de trabalho, uma vivência na mata e muita troca de informação. Um momento de aprendizado nacional. Um coletivo forte e resistente é como podemos chamar a Rede Brasileira de Teatro de Rua. O Encontro da rede com os índios e o vínculo criado, do teatro de rua com uma cultura ancestral é de grande importância para o Brasil. Essa união deve ser crescente, para enriquecer a cultura de todos e podermos comemorar.  


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Cultura e socialismo

Artigo de Trotsky sobre cultura e socialismo, escrito em 1926-7.

É só clicar no link abaixo:

http://marxismo.org.br/?q=content%2Fcultura-e-socialismo

domingo, 22 de setembro de 2013

Circovolante






A programação do nosso 5º Encontro Internacional de Palhaços, de Mariana.
Quem quiser vir, será um prazer.
Abraços
Xisto Siman
Circovolante
Mariana/MG
0xx31 35574378
          88804378

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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Artigo: A gestão dos muitos afazeres do teatro: Dolores, Brava e São Jorge


Artigo "A gestão dos muitos afazeres do teatro", publicado no site do Centro de Pesquisa e Formação do SESC, redigido a partir dos relatos de integrantes do Dolores Boca Aberta, Brava Cia. e São Jorge:

CARTA DO RAMAL HISTÓRIA ENCANTADA – ACRE/RIO BRANCO

 

"Nós, povos indígenas, fomos os primeiros, e agora somos derradeiros ao ser ouvidos pelos governantes do Brasil no que diz respeito às leis e às declarações universais dos povos indígenas e à própria Constituição Federal, que garante os costumes, rituais e demarcações da terra indígena." (BAINAWÁ, articulador, da comunidade Huni-Kuin)

 

A Rede Brasileira de Teatro de Rua (RBTR), criada em março de 2007 em Salvador/BA, é um espaço físico e virtual de organização horizontal, sem hierarquia, democrático e inclusivo. Todos os grupos de teatro,  trabalhadores(as) da arte, pesquisadores(as) e pensadores(as) envolvidos  com o fazer artístico de rua, pertencentes à RBTR, podem e devem  ser seus articuladores(as) para, assim, ampliar e capilarizar,  cada vez mais, reflexões e pensamentos, com encontros, movimentos e ações em suas localidades.

O intercâmbio da RBTR ocorre de forma presencial e virtual, entretanto toda e qualquer deliberação é definida por consenso nos encontros presenciais. Os seus articuladores realizam  dois encontros anuais em diferentes regiões brasileiras, contemplando as várias regiões do país. Articuladores e coletivos regionais de todos os estados deverão  organizar-se para garantir a sua participação nos encontros,  e dar continuidade as ações iniciadas nos Grupos de Trabalho (GTs), a saber: 1) Política e Ações estratégicas; 2) Pesquisa;  3) Colaboração artística; 4) Comunicação.

A RBTR reunida de 27 à 31 de agosto de 2013, no Ramal História Encantada, na cidade de Rio Branco/Acre, no XIII Encontro, reafirma sua missão de:

 

·         Lutar por um mundo socialmente justo e igualitário que respeite as diversidades;

·         Contribuir para o desenvolvimento das artes públicas, possibilitando trocas de experiências artísticas e políticas entre os articuladores da RBTR

·         Lutar por políticas públicas para as artes públicas com investimento direto do estado, por meio de fundos públicos de cultura, estabelecidos em leis e com dotação orçamentária própria através de chamamentos públicos, prêmios e processos transparentes com comissões paritárias eleitas por sociedade civil, garantindo assim o direito à produção e o acesso aos bens culturais para todos os brasileiros;

·         Lutar pelo livre uso e acesso aos espaços públicos garantindo a pratica artística e respeitando as especificidades dos diversos segmentos das artes públicas, em acordo com o artigo V da constituição brasileira que no nono inciso diz "é livre a expressão da atividade intelectual artística, científica e de comunicação independentemente de censura ou licença.

 

Os articuladores(as) da RBTR, com o objetivo de exigir políticas para as artes públicas defendem:

·         A criação de leis de fomento para o teatro de rua que assegurem produção, circulação, formação, trabalho continuado, registro e memória, manutenção de grupos, pesquisa, intercâmbio,  vivência, mostras e encontros de teatro; levando-se em consideração as especificidades de cada região;

·         Aprovação imediata da lei federal 1096-2011 que regulamenta as manifestações culturais de rua em tramitação no congresso nacional, bem como a extinção de todas e quaisquer repressões, cobranças de taxas e excessivas burocracias para as apresentações dos trabalhadores da arte de rua pelo país;

·         A criação de um projeto de lei para a ocupação de prédios, terrenos e outros  imóveis públicos ociosos transformando-os em sedes de grupos artísticos ou espaços culturais e comunitários que atendam a função social da arte como direito público, bem como a permanência e  legitimidade dos espaços já existentes;

·         A publicação dos editais no âmbito federal no primeiro trimestre de cada ano, com maior aporte de verbas e que estas sejam liberadas sem atrasos, respeitando-se os prazos estipulados pelo edital, bem como a divulgação de um parecer técnico de todos os projetos avaliados pela comissão, juntamente com a  lista de contemplados e suplentes;

·         Que os editais do governo federal sejam estruturados de forma que cada estado seja contemplado com um edital específico, respeitando as particularidades do mesmo, inclusive observando a necessidade de composição de comissões paritárias, indicadas pela RBTR e pelos movimentos artísticos organizados;

·         Que sejam respeitadas a representatividade, as indicações e deliberações do teatro de rua nos colegiados setoriais e conselhos das instâncias municipais, estaduais, distrital e federal;

·         A aprovação e regulamentação imediata da PEC 150/03, atual PEC 147, que vincula para a cultura o mínimo de 2% do orçamento da União, 1,5% do orçamento dos Estados e Distrito Federal e 1% dos orçamento dos municípios;

·         A criação de uma legislação de contratação específica para a cultura, uma vez que a lei 8.666/93, que trata das licitações e contratações no âmbito governamental, não contempla as singularidades da área cultural, como cooperativas, associações ou instituições sem fins lucrativos;

·         A extinção da Lei Rouanet e de quaisquer mecanismos de financiamentos que utilizem a renúncia fiscal, rejeitando portanto a sua reforma, o Procultura, por compreendermos que a utilização da verba pública deve ocorrer por meio do financiamento direto do Estado, através de programas em forma de prêmios e leis elaboradas pelos segmentos organizados da sociedade;

·         A inclusão nas matrizes curriculares das instituições públicas de ensino de teatro a nível técnico e superior, de disciplinas voltadas especificamente para a cultura popular brasileira, o teatro de rua e o teatro da América Latina;

·         O financiamento público de publicações e estudos específicos sobre o teatro de rua e a cultura popular, como meio de registro, valorização  e respeito às suas formas e saberes, assim como sua ampla distribuição;

 

Os articuladores(as) da RBTR, repudiam:

 

·         A ação da Senhora Ministra da Cultura Marta Suplicy de destinar recursos públicos para projetos que visam interesses privados e sem a aprovação da CNIC, vide exemplo ocorrido no segmento da moda que previa  ações de interesses privados e fora da esfera nacional;

·         O Mega Evento Copa do Mundo de 2014 e a Lei Geral da Copa, que fere os princípios constitucionais do país, bem como o lançamento do Programa Cultura 2014, que prevê a seleção nacional de propostas para a realização de atividades culturais nas 12 cidades sedes dos jogos de 2014 (carta de repúdio em anexo);

·         A realização de novas conferências municipais, estaduais e nacional de cultura, gerando custos para a sociedade civil, já que a maioria das prioridades votadas nas conferências anteriores não foram atendidas, a exemplo do custo amazônico, votada ca Conferência Nacional como prioridade número um;

·         A ação violenta das igrejas e seus missionários, que historicamente massacram, exterminam e destroem, dentro dos territórios  indígenas, qualquer prática, costume ou tradição cultural desses povos que não sejam coerentes com as suas doutrinas religiosas;

 

Hoje, dia 31 de agosto de 2013, no XIII Encontro da RBTR, foi criada a PUIPISÍ - Rede Acreana dos Movimentos Populares de Rua e Floresta, que reúne grupos artísticos, seringueiros, povos indígenas, comunidades de agricultura familiar e comunidades ribeirinhas no estado do Acre, tendo como uma de suas premissas a proteção e defesa de suas florestas, patrimônios vivos culturais dos amazônidas e o intercâmbio cultural com os países da América Latina.

Entendemos cultura como um espaço ampliado que engloba nossas matas, nossos povos, nossos meios de produção e nossos costumes e exigimos o fortalecimento desse movimento não só com recursos orçamentários e com projetos específicos, mas com a facilitação do acesso a esses recursos, que muitas vezes vem por sistemas como o Salic-Web, que são excludentes a essas populações.

Exigimos o fortalecimento dos grupos artísticos locais através do maior aporte dos recursos públicos para esses coletivos, da desburocratização para a utilização dos recursos do Fundo Estadual de Cultura, além da criação de um projeto de lei com orçamento direto para os festivais culturais realizados pelos povos indígenas.

A RBTR juntamente com a PUIPISÍ, exige o reconhecimento dos mestres indígenas com pertencimento da cultura e dos conhecimentos tradicionais, danças, músicas, rituais, crenças, mitos etc. através de recursos, de investimentos públicos, como o recente projeto aprovado: Lei dos Griôs.

O teatro de rua é símbolo de resistência artística, agente cultural, comunicador, gerador de sentido, propósito de novas razões do uso dos espaços públicos, assim reafirmamos o dia 27 de março, Dia Mundial do Teatro, Dia Nacional do Circo e Dia Nacional do Grafite, como o Dia de Mobilização e de Luta por Políticas Públicas para as Artes Públicas, e conclamamos os trabalhadores(as) das artes de rua e a população brasileira em geral, a lutarem pelo direito à cultura e ao digno direito de seu ofício.

Foi reafirmado pelo conjunto de articuladores(as) presentes que os próximos encontros da RBTR no primeiro e segundo semestre de 2014, serão sediados nas cidades de Londrina-PR e Rio de Janeiro, no Hotel da Loucura, Bairro Engenho de Dentro.

 

"PUIPISI ou saca-saia é uma formiga de mutirão, de odor ruim, que não vive só e que com seu bando, limpa a área, não deixando nada escondido, expulsando o que incomoda e mostrando tudo o que há por ali. Como disse o Cacique Yuqui, somos todas e todas Puipisis."

 

 

Ramal História Encantada, Rio Branco/Acre, 31 de agosto de 2013


domingo, 15 de setembro de 2013

Teatro de rua - cartilha eletrônica

Cartilha eletrônica, apresentada pelo mestre Junio Santos, para todos que se interessa no uso do espaço público aberto como local de expressão.

 http://www.youtube.com/watch?v=oZAO2wgj6-4

Teatro de Rua por Amir Haddad

Vídeo produzido pela Fundacen, ainda na década de 1980, em que o mestre Amir Haddad faz um apanhado sobre o teatro de rua. Uma aula extraordinária para todos que escolheram a rua como local de expressão artística.

http://www.youtube.com/watch?v=75NOPGYoJ4A

Teatro de rua é arte pública


sábado, 14 de setembro de 2013

Favela do Moinho Resiste





AS FAVELAS SE LEVANTAM CONTRA A VIOLÊNCIA POLICIAL COTIDIANA!

"Hoje à tarde estive na Favela do Moinho (a última do centro de São Paulo), onde foi realizada uma assembleia dos moradores. Compareceram representantes da Sehab e um membro do Ministério Público (da promotoria de justiça de habitação e urbanismo da capital). Os moradores fizeram suas reivindicações: não querem sair do local, e pretendem resistir à expulsão de suas casas. Eles contam com uma liminar da justiça, que lhes garante a posse do terreno. Querem morar ali mesmo, com infraestrutura adequada (água, luz e esgoto), o que exige a urbanização da área e o fornecimento de bens e serviços necessários à população (como escola e saúde).
Enquanto se realizava a assembleia no barracão da associação dos moradores, chegou a denúncia que um grupo de policiais militares estavam tocando o terror do outro lado da favela: pessoas foram agredidas, policiais fizeram intimidações com armas de grosso calibre e domicílios foram invadidos sem ordem judicial.
As pessoas dirigiram-se até o local onde estavam os policiais, e foram acompanhadas do promotor de justiça. A presença do representante do Ministério Público, e de muitas pessoas com câmeras e celulares fez os PMs recuarem, que deixaram a favela aos gritos de "Fora", cercados por cerca de 200 pessoas.
Ficou muito claro que se tratava de uma armação da polícia, que tentou forjar um flagrante com o propósito de incriminar pessoas envolvidas com o movimento social.
O promotor de justiça disse que não podia fazer nada em relação à conduta dos PMs, alegando que não era essa a sua função. Eu questionei a atitude do promotor, citando a própria Constituição Federal: aleguei que uma das funções do Ministério Público é justamente a de "exercer o controle externo da atividade policial", como estabelece o artigo 129, inciso VII. Não demorou e ele já começou a explicar quais os procedimentos que devemos adotar, para apurar os "possíveis excessos" da PM...
O curioso é que no começo, o ilustre promotor apenas se limitou a reproduzir os argumentos da PM: que os policiais teriam recebido uma denúncia de comércio de drogas, e que quatro pessoas teriam sido flagradas com entorpecentes e encaminhadas para a delegacia. Só que nenhuma droga foi encontrada, e ninguém foi detido (os PMs saíram de mãos vazias da favela). Todas as declarações do promotor foram filmadas, diga-se de passagem.
O ilustre promotor sugeriu que os PMs estavam apenas cumprindo suas funções, e que diante da denúncia (falsa), eles agiram segundo os procedimentos padrões (fico imaginando a polícia invadindo apartamentos luxuosos no Leblon, Higienópolis ou Jardins se houver a denúncia de que um milionário está consumindo cocaína...).
Eu disse ao promotor que não poderíamos tratar como questões separadas a conduta da PM e a urbanização da favela, pois a criminalização de um movimento social legítimo só interessa aos que lucram com a especulação imobiliária. Ele veio com um argumento esdrúxulo, dizendo que "esse negócio de movimento social" dá margem a ação de delinquentes. E citou o caso de uma ocupação num conjunto da CDHU, dizendo que são todos criminosos e bandidos. E respondi que, sem entrar no mérito, a comparação não fazia sentido. E o argumento que utilizei, para simplificar, era jurídico: o promotor não estava respeitando sequer o princípio da presunção de inocência, que estabelece que "ninguém poderá ser considerado culpado" antes de julgado e condenado. Enfim, o promotor usava argumentos dúbios e tratou a questão da violência policial como algo secundário. Só depois de muito protesto que ele então assumiu o compromisso de tomar alguma atitude, e entrar em contato com o chefe de gabinete da secretaria de segurança pública.
O medo dos moradores é que os PMs voltem à favela e adotem algum tipo de represália. Devemos ficar atentos. Muito atentos.
Força Favela do Moinho! Minha solidariedade aos que questionam o modelo de exclusão social e lutam por moradia e por uma vida melhor."
Relato do professor e guerrêro Pedro Fassoni Arruda.

#PoderPopular
#ContraoGenocídio
#PelaDesmilitarizaçãoDasNossasVidas
#PorTodasAsFavelasDoBrasil

ESTAMOS DE OLHO, TEMOS CONSCIÊNCIA DE NOSSOS DIREITOS, E NÃO ACEITAREMOS NENHUM TIPO DE COAÇÃO OU ABUSO POLICIAL!
MOVIMENTO ORGANIZADO MOINHO VIVO


sexta-feira, 13 de setembro de 2013

I Mostra Cênica Teatral - Porto Acre - Acre


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Teatro invisível e intervenções de ruas

O presente artigo tem como objetivo pontuar os entrelaçamentos entre as ideias de Augusto Boal sobre seu Teatro Invisível e as estratégias utilizadas pela intervenção urbana Enfim um Líder do ERRO Grupo, de modo a possibilitar a análise da qualidade da invisibilidade das ações de rua como procedimento operacional de deslocamento e invasão 
para a construção de intervenções de ruas nas cidades atuais.


http://www.revistateatro.com/uploads/3/0/9/0/3090244/6._pedro_benneton_entrelacamentos_entre..._99-115.pdf

 
Pedro Bennaton
ERRO Grupo



Asas de Isopor



Pablo Dantas [1]
Eu descobri o teatro na rua mesmo antes de saber que o teatro que eu via era de rua. Que as pessoas e os grupos que ali estavam, fazendo e promovendo o teatro, eram mais de suas ruas do que qualquer outro lugar. Eu descobri que o teatro ocupava espaços onde jamais observei espetáculos. Eu descobri o teatro infiltrado no seio da comunidade, construindo e sendo construído por ela. Eu descobri o teatro nas ilhas e esquinas, no sol e na lua. E nessa troca, por vezes perturbadora, o teatro descobriu a mim mesmo e me revirou pelo avesso.

Passei a Boa Vista na Ilha de Deus e fui parar na Vila dos Macacos. Subi o Morro para ver José do Pinho, o Alto. Conversamos e Beberibe tranquilamente em Caetés. Fotografei as escuras e dias imensamente tórridos, onde a extravagância da luminosidade unidade a loucura do teatro produzia cegueira. O que era aquilo tudo? O que era atravessar a cidade bombardeada por Guerrilhas Teatrais? O que era descer e subir os morros, trafegar os córregos, percorrer os pátios, e ver, em tudo, o teatro? O que era, enfim, o Movimento de Teatro Popular de Pernambuco e o seu Festival de Teatro de Rua do Recife?

Conheci o MTP/PE[2] em dezembro de 2008 no 6º Festival de Teatro de Rua do Recife. Fui convidado por Alexandre Menezes (coordenador do Festival) para fotografar os espetáculos e as demais ações daquela edição. A partir daí comecei a enxergar o teatro de muito perto, de tão perto que pudesse observar no negativo a revelação vivida daquele momento.

Apaixonado pela Fotografia, encarei o convite como um possível primeiro trabalho profissional, mas o meu amadorismo foi muito mais importante: usei a fotografia para encontrar o teatro e, assim, o meu ritual de passagem foi por 70mm de uma CANON EOS 3000.

A luz, portanto, foi o meu primeiro espanto. Eram cores fortes quando havia sol e muitas sombras quando havia lua. Porque aqueles artistas não se preocupavam tanto com a iluminação? A maioria dos espetáculos eram iluminados por gambiarras e, no entanto, estas pareciam suficientes para que tudo pudesse acontecer. Lembrava aquelas pequenas festas do interior onde um fio branco segurava várias lâmpadas amarelas. Ora, se a fotografia surge na luz, como que eu iria registrar adequadamente os espetáculos?

Depois comecei a pensar imageticamente nesse teatro e percebi o momento onde a arte coloria a escuridão. A escuridão da fome, da violência, da corrupção, do descaso, da incompetência, da desordem, do caos. Um teatro sem e, ao mesmo tempo, com diversos espaços cênicos. Um teatro em processo de mutação. Um teatro camaleão!

Era o Teatro de Rua do Brasil, sendo antes, do Nordeste, de Pernambuco, do Recife, de Olinda, do Sertão e tantos outros rincões da sangrenta América Latina. O Teatro de Rua fervia (e ferve!). O MTP através do Festival de Teatro de Rua do Recife reunia inúmeros artistas e grupos que traziam, além das inúmeras formas, as deformas daquilo que se chama convencional, pois, para mim, até então, o teatro tinha caixa, cortina, coxia, silêncio, cadeira, ingresso, carimbo e permissão.

Ali, não! O Teatro de Rua revirava tudo pelo avesso. Não só pela disposição do espaço cênico (a rua: livre, solta, escancarada), mas por permitir e fazer do improviso o próprio espetáculo. Por transgredir o círculo e tantas outras geometrias. Por fazer do espectador o espec-ATOR e, por conseguinte, fazer do público um espetáculo mais bonito do que aquele que se pretendia apresentar.

Digo isso porque o teatro pode ir à rua e não promovê-la, pode ir à rua e construir edifícios monumentais com paredes de aço e armaduras de fogo. Mas aquele teatro era permissivo: era do bêbado, da puta, do cachorro, do avião, do vento, da chuva, do escuro... era o teatro que carregava as intempéries do mundo.

Enfim, em meio a tantos outros detalhes, descobri que aquele teatro era a própria Musa Urbana[3], a Musa das Ruas que, segundo João do Rio, viceja nos becos e rebenta nas praças, entre o barulho da populaça e a ânsia de todas as nevroses, é a Musa igualitária, a Musa-povo, que desfaz os fatos mais graves em lundus e cançonetas, é a única sem pretensões porque se renova como a própria vida.


[1] Integrante do Grupo Cafuringa. Licenciado em História pela Universidade Católica de Pernambuco e pós-graduado em Cultura Pernambucana pela Faculdade Frassinetti do Recife; e-mail: pablodantas03@hotmail.com
[2] "No início dos anos 80, surgem nos bairros periféricos do grande Recife, um grande número de grupos de Teatro Popular, motivados pela necessidade de levar uma mensagem conscientizadora, questionadora e libertadora ao povo (...) Alguns desses grupos surgiram da necessidade dos jovens criarem um movimento cultural em bairros onde não havia organização popular, como é o caso Despertar em Beberibe e do Colibri em Fosforita; outros surgiram a partir de grupos de jovens nas igrejas como o Teamu na Mustardinha e o Família (atual Arruaça) em Campo Grande; outros ainda, para reforçar e facilitar a mobilização em bairros que já tinham um bom nível de organização, como o Teimosinho e o Mais Um em Brasília Teimosa, o Vem Cá Vem Vê em Casa Amarela e o Babel no Coque. Em 1984, na Casa da Criança, Olinda, aconteceu o I Encontro Estadual de Teatro Popular, com a participação de onze grupos (...) o II Encontro (...) foi realizado em 1986, no Recife. Nesse momento já se delineava claramente a organização enquanto Movimento de Teatro Popular de Pernambuco, contabilizando dois anos de existência, (...) de base político cultural (...), contra o preconceito, as injustiças sociais e a opressão à classe trabalhadora (...) sem vínculos com órgãos públicos e privados". (Cf. Chegou, Chegou! O Teatro Popular. Informativo do Movimento de Teatro Popular de Pernambuco – MTP. Acervo da Feteape).
[3] Expressão extraída da crônica A MUSA DAS RUAS de João do Rio. Originalmente publicado como artigo na revista Kosmos do Rio de Janeiro, a.2, nº 8, ago. 1905, com o título "A Musa urbana".


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terça-feira, 10 de setembro de 2013

A TOMADA DA CIDADE DE JOÃO PESSOA PELO TEATRO DE RUA


DIAS
    TURNO

                ATIVIDADE

LOCAL E HORA

       GRUPO








15/Set
DOMINGO
      








Noite

- Apresentação do espetáculo
CORTEJO DE CARETAS


- Apresentação do espetáculo EXEMPLOS DE BASTIÃO


- Apresentação do espetáculo
 EL GENERAL


- Apresentação do espetáculo
 O ROMANCE DO CONQUISTADOR


- Praça: do Coqueiral - Mangabeira
-19h

- Praça: Bela - Funcionários II
- 19h



- Praça: Praça da Paz - Bancários
- 19h




- Praça: Lauro Wanderley - Funcionários I
-19h


- Teatro de Caretas - CE



- Grupo de Teatro Mamulengo Sem Fronteiras - DF




- Exercito Contra Nada - PR




- Cia Paraibana de Comedia - PB











16/Set
SEGUNDA FEIRA



Manhã





Tarde



Noite


- Oficina Publica de Teatro
de Rua

- Vivencia Pratica


- Apresentação do espetáculo
A FARSA DO PÃO E CIRCO

- Conversando Com Amir Haddad
 ARTE PÚBLICA


- Ponto de Cem Reis
- de 09h às 12h

- Porto do Capim
- 08h

- Ponto de Cem Reis
- 16h30min


- Galpão Usina de Artes
- 19h30min



- Licko Turle – Grupo Tá Na Rua - RJ

 - Maracaboi - PB


- Teatro de Caretas - CE



- Grupos Participantes, Convidados e públicos em Geral








17/Set
TERÇA FEIRA





Manhã



Tarde


Noite



- Livre

- Apresentação do espetáculo
CANCÃO, MALAZARTE E TRUPIZUPE

 - Trocas, Vivências, oficinas e palestras




- Ponto de Cem Reis
- 16h30min


- Galpão Usina de Artes
- 19h30min


- Grupo Quem Tem Boca é Pra Gritar - PB


- Grupos Participantes e Convidados





18/Set
QUARTA FEIRA





Manhã


Tarde



Noite



- Oficina Publica de Teatro
de Rua

- Apresentação do espetáculo
JOÃO PÉ DE CHINELO

- Trocas, Vivências, oficinas e palestras


- Ponto de Cem Reis
- de 09h às 12h

- Ponto de Cem Reis
- 16h30min

- Galpão Usina de Artes
- 19h30min

- Licko Turle – Grupo Tá Na Rua - RJ

- Grupo Manjericão - RS


- Grupos Participantes e Convidados







19/Set
QUNTA FEIRA




Manhã

Tarde



Noite




- Livre

- Apresentação do espetáculo
EL GENERAL

- Trocas, Vivências, oficinas e palestras




- Ponto de Cem Reis
- 16h30min

- Galpão Usina de Arte
- 19h30min




- Exercito Contra Nada


- Grupos Participantes e Convidados






20/Set
SEXTA FEIRA


Manhã

Tarde


Noite



- Depoimentos dos Grupos

- Depoimentos dos Grupos


- Apresentação do espetáculo
EXEMPLOS DE BASTIÃO

- Encerramento


- Galpão Usina de Arte

- Galpão Usina de Arte


- Porto do Capim
- 19h


- Galpão Usina de Arte
- 20h30min


- Grupos Participantes

- Grupos Participantes


- Grupo de Teatro Mamulengo Sem Fronteiras - DF


- Grupos Participantes e Convidados






REALIZAÇÃO:    Grupo Quem Tem Boca é Pra Gritar
                                                                                                                                             
CO-REALIZAÇÃO: Secretaria de Cultura do Estado da Paraíba