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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

CURIOSIDADES DO EVENTO ARTE PÚBLICA: UMA POLÍTICA EM CONSTRUÇÃO

Seu Aroldo


Dia 23 de Janeiro, Praça Tiradentes, primeiro dia onde o Tá Na Rua recebe nossos artistas convidados para o evento da arte pública. Bandeiras coloridas tremulando em torno da praça, o Tá Na Rua chega cortejando, cantando e dançando para dar inicio a nossa feira medieval pública. Os artistas encontram-se espaçados pelos quatro cantos do espaço aberto. Embaixo de uma árvore, quase em frente ao Teatro Carlos Gomes, a Boneca Lilica, que neste mês completa dez aninhos de vida, canta para a criançada. No outro extremo, a estátua vida do Pirata Jack Sparrow dança ao som da melodia francesa do realejo de Pascal Maurice.

Deborah encanta equilibrando seu gigantesco cubo em quanto Jacaré dança em frente ao João Caetano, dando passos iguais ao Michael Jackson em seus patins.

No lado oeste da Praça Tiradentes, protegidos pelas folhagens das árvores, perto da Estudantina, o poeta Caramujo declama suas poesias, Jeff faz sucessos com desenhando caricaturas, tudo acontecendo enquanto o Clube Bossa jazz tocava seu repertório.

Estava eu admirando o Casal que dançava ao som do trio, quando vem caminhando devagar um senhor negro, daqueles senhores que lembram os amados pretos velhos da umbanda, com seu semblante sincero e calmo.

"- A Praça tá bonita, né?" – puxando conversa.

" – O senhor ta gostando?" – pergunto.

" – Muito!" – ele responde.

Então ele começa a contar sua história:

"- Filho, tenho 81 anos de vida, só da Tiradentes tenho 70 anos. Sou sambista e ajudei a fundar quatro escolas de samba do Rio. Uma delas é o Salgueiro, minha escola do coração. Dancei em muito cabaré da Lapa e daqui, da Tiradentes. Minha falecida esposa, a Ivonne, era vedete do Teatro de Revista. Atuou com a Virginia Lane, Viola Simpsom, Carmem Verônica, entre tantas. Foram mais de trinta anos de casados." – ao falar noto as lágrimas que brotam dos olhos cansados e atrevo-me a perguntar:

"- Saudades dela?"

"- Não, meu filho, são lágrimas de alegria. Se minha Yvonne também estivesse aqui, estaria sorrindo só de ver a praça assim, colorida e com música."

Foi a minha vez de chorar de emoção!

Herculano Dias

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