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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Pensamentos em Guerras IV - Cristina Daniels

Pensamentos em Guerras IV

Último texto de nossas colaboradoras. Pensamentos em Guerras é um exercício de reflexão sobre teatro e sociedade que tem como ponto de partida o espetáculo GUERRAS DESCONHECIDAS da Estudo de Cena.

Reflexão da filósofa Cristina Daniels:

O elo perdido


Partindo do princípio de que o teatro tem um papel privilegiado no resgate das lutas das classes miseráveis contra a opressão patronal banidas de nossa memória, a que se propõe a encenação de "Guerras Desconhecidas", da Companhia Estudo de Cena, acho que uma contribuição interessante e uma perspectiva a partir da qual interpretá-la, é explorar a característica desse privilégio, que é a essência não documental dessa representação, procurando, com isso, acompanhar as referências de nossa crítica literária mais radical. Nesse sentido, repare-se bem: na Guerra de Pau de Colher, de São Bonifácio, do Gatilheiro Quintino ou de Santa Dica, o que ficou soterrado e que a peça evoca não é o conteúdo explícito dos acontecimentos, que é secundário para a apreensão de um contexto social, e que, bem ou mal, suas ruínas permitem ao historiador recontar ou mesmo inferir, mas algo que não é imediatamente perceptível. Trata-se de um sentimento exato, específico de direito à terra, um sentido inequívoco de justiça social, arraigados a fatos próximos aos indivíduos, produzidos por uma conjuntura social imediata precisa, e aos quais , por isso mesmo, conferiram direção. Os quadros que apresentam sucessivamente lavradores, garimpeiros e sertanejos afrontando o poder dos dominantes e a força bruta de seus soldados e milícias nos deixam adivinhar uma compreensão desassombrada da realidade a que não estamos habituados e que é possibilitada por um contexto social arcaico, específico, "pré-moderno", e, por isso, anacrônico, como ainda ocorre nas regiões "atrasadas" do país, onde a arbitrariedade do mando, a alternativa de formas autossuficentes de sobrevivência, a constelação de interesses em conflito surgem inteiramente evidentes a um só tempo. Esta experiência se perde quando a impessoalidade do poder e a gestão institucional de todas as formas de vida das pessoas, do trabalho à família, sem falar no próprio "ócio", tornam tão distante e flexível a ideia de oposição ao sistema que ela se presta praticamente a qualquer uso e a nenhum. Efeito dessa desmobilização é o desfecho conformista em que vamos encontrar a família de sobreviventes da Guerra de São Bonifácio (1987), em contraste com as cenas da rebelião que a personagem de Juliana Liegel melancolicamente rememora.


                                                         



Afinal, a energia elétrica chegara ao vilarejo da família, que também já adquirira, em longuíssimas prestações, uma magnífica TV tela plana, e, para arrematar o quietismo, aos domingos, a igreja encarregou-se de congregar e entreter os moradores de São Bonifácio. Ao mesmo tempo em que a memória da intervenção social, a transmissão da experiência, foi silenciada, junto com as mortes que custaram, ao país, a modernização capitalista – que, geograficamente, como se vê, jamais se completou –, as próprias condições daquela intervenção foram suspensas, aconselhando à "acomodação à vida", como faz a família de ex-garimpeiros de Serra Pelada. Enquanto se extirpa a herança política da luta espontânea dos oprimidos, que a partir da intensificação da industrialização, por volta da metade do séc. XX, será cada vez mais desfavorecida, as contradições da moderna ordem social são relativizadas em nome das promessas do progresso que, no caso do Brasil, denominavam-se "desenvolvimento", e foram contraditoriamente encampadas mesmo pelos defensores do socialismo. Esse progressismo dependeu em boa parte do descabido nacionalismo ufanista que a pantomima grotesca de abertura da peça espicaça, ao fazer os brasileiros serem cagados por uma mãe pátria antropófoga (Juliana Liegel). A força da pilhéria se acentua mais quando lembramos que a sociedade nacional, a "nação", teve uma origem completamente artificial, que foi oferecer suporte para a manutenção do território brasileiro como entreposto comercial de Portugal. Assim, em contrapartida ao obscurecimento do vínculo das ideias com a ordem social, temos o fomento da abstração pela apologética dos ideais modernos. A ilusão desenvolvimentista persistiu, ainda que desmentida pela aliança da burguesia nacional com o imperialismo, trazida à luz com o golpe militar (e civil) de 1964, até poucas décadas atrás, quando a terceira revolução industrial condenou definitivamente o país ao "atraso". Então, um capitalismo inequivocamente vitorioso, dispensando as antigas promessas autolegitimadoras, trouxe à tona o perverso efeito ideológico de tanta abstração: a inversão indiscriminada de todos os valores emancipatórios e a promoção de um gigantesco retrocesso de direitos, paradoxalmente sob o mesmo antigo rótulo de avanço social; no topo, nada menos que a sacralização da liberdade do mercado e a conversão da liberdade do indivíduo em ameaça. Poderíamos dizer que o capital presenteou a cultura da civilização burguesa... com um Cavalo de Troia! Esta é a natureza ideológica do monumental esquecimento que nos separa das anacrônicas batalhas nos rincões brasileiros pré-modernos, onde a ideia de justiça, articulada à realidade material, ainda não se reduziu a uma abstração indefinidamente maleável. Com isso, o resgate das memórias apagadas acaba por conduzir a um ponto nevrálgico: representar experiências efetivas do passado a partir de um presente povoado de fraseologias. Nessas circunstâncias, a encenação se encontra entre a abstração quase inevitável e o ponto de fuga que é a sua fidelidade ao seu próprio vínculo com o presente, momento em que reevoca a investida ancestral contra o poder dominante ancorada na realidade material. Esse dilaceramento é precisamente o impasse formulado pela impressionante personagem de Nei Gomes, cujas características, ao mesmo tempo, fazem dela essa espécie de elo perdido entre o presente e o passado. Em transe, o patético "Canarinho" anuncia a seguinte visão:

"– Olha essa tempestade que tá partindo prá cima da gente!..."
"– Ocês tão ouvindo esse eco de voz que já ficou mudo?
" – Cês tão sentindo esse ar que já foi respirado? Essas ruínas que tão crescendo até o céu?..."
"Eu lembro da Guerra de Pau de Colher como se fosse um relâmpago na minha cabeça!"


                                
Evocando o anjo da História, de Walter Benjamin, a representação de Nei Gomes personifica a suspensão temporal apontada por "Guerras Desconhecidas". Canarinho enxerga, aterrorizado, como o "Angelus Novus", de Paul Klee, as ruínas que são o nosso presente, da qual ele mesmo é testemunho. Ele, que é a personagem mais descentrada da peça é também o elo mais forte com o passado porque o seu vazio reflete o presente, a abstração da realidade derivada da impossibilidade de atuação social, e o seu terror, emblematicamente falando, constitui um sentimento efetivamente vinculado à conjuntura que nos concerne. O terror desmente a concepção salvífica da história, a confiança no final feliz, que é um elemento da apologética dominante, e nos devolve ao ponto mais forte da resistência ao sistema, que é o mais próximo da realidade, por pior que esta seja. Recuperemos, então, um pouco do que é relatado sobre a personagem.

Canarinho retrata um empregado, ou talvez agregado, alcoólatra, perseguido pelas lembranças do sangrento ataque militar que deu fim ao povoado em que vivia: as últimas impressões junto à mãe quase morta; o odor fétido a exalar de um buraco em que jazia o corpo de um soldado; a arrepiante imagem das mulheres do vilarejo, abrindo lençóis contra os fuzis para impedir a mira dos atiradores... Ainda muito pequeno, em 1937, como outras crianças sobreviventes do massacre de Pau de Colher, na Bahia, foi levado pela polícia assassina até o município de Casa Nova, na divisa do Piauí, e, quase como um escravo, deixado aos cuidados de um grande proprietário. Seguindo essa impiedosa sina, as narrativas vivas que brotam de seu delírio também lhe são subtraídas por Romão, representado por Marilza Batista, o amigo espertalhão, cuja camaradagem escarninha não parece deixá-lo de todo indiferente à desgraça do órfão do arraial, a quem presenteia com um relicário do campo de batalha de seus pais. Braço forte do proprietário (Roberto Kroupa), ele transforma a poética do bêbado nas letras das músicas horríveis que compõem o show de inauguração do novo mercado do patrão, seguindo o atualíssimo padrão do lixo cultural, e por aí também ficamos informados que a "modernização", enfim, chegara ao modo de vida sertanejo. Para arrematar, acrescentemos que é o próprio Canarinho quem diz ter sido "salvo" por um soldado. Nisto, aliás, já pouco importa que acredite ou não, porque sua fragilidade bem mostra que é ele ao mesmo tempo a última testemunha e o primeiro borrão na lembrança do sentido concreto de justiça, outrora bem enraízado em Pau de Colher.

Entretanto, essa interpretação, aparentemente, contradiz outro momento forte da peça, quando Marilza Batista declama um poema de Aimé Césaire, um dos expoentes do Surrealismo. Uma impassível afirmação da superioridade dos valores humanos acima de toda dominação e vilania, por mais que tenha perdurado até aqui. Evidentemente, não se trata de fazer uma leitura ao pé da letra, nem do contrassenso de pôr em questão uma poética consagrada. Ainda assim, considerando o contexto da peça, talvez mais interessante que se entregar à força desses poderosos versos, seria deter-se antes que a nossa ancestral sede de justiça possa festejar valores que, quanto mais imprescindíveis, mais intransigentemente devemos impedir que a falsa garantia de sua realização sirva de escudo à própria ordem que os condena. Por essa razão, é que a voz fraca e o pensamento não linear de Canarinho parecem insistir em ficar com a última palavra em "Guerras Desconhecidas", nos devolvendo intransigentemente às ruínas do presente para escutá-las.


Cristina Daniels,

filósofa formada pela Universidade de São Paulo.

São Paulo, 14 dez. 2015

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Lei do artista de rua de Goiânia


Gabinete do Prefeito 
LEI Nº 9.703, DE 03 DE DEZEMBRO DE 2015 
Dispõe sobre a apresentação de artistas de rua nos logradouros públicos do Município de Goiânia. 

A CÂMARA MUNICIPAL DE GOIÂNIA, Estado de Goiás, aprova e eu, PREFEITO MUNICIPAL, sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1º As manifestações culturais de artistas de rua no espaço público aberto tais como praças, anfiteatros, lagos, boulevards, bastará ao responsável pela manifestação informar à Secretaria Municipal de Cultura sobre o dia e hora de sua realização, a fim de compatibilizar o compartilhamento de espaço, se for o caso, com outra atividade da mesma natureza no mesmo dia e local, e observar as seguintes requisitos: 
I – Sejam gratuitas para os espectadores, permitidas doações espontâneas; 
II – Permitam a livre fluência do trânsito; 
III – Permitam a passagem e circulação de pedestres, bem como o acesso a instalação pública ou privada; 
IV – Prescidam de palco ou de qualquer outra estrutura de prévia instalação no local; 
V – Utilizem fonte de energia para alimentação do som com potência máxima de 50 (cinqüenta) KVAs; 
VI – Tenha duração máxima de até 4 (quatro) horas e estejam concluídas até às 22 (vinte e duas) horas; 
VII – Não tenham patrocínio privado que as caracterize como um evento de marketing, salvo projetos apoiados por lei municipal, estadual ou federal de incentivo à cultura. 
§ 1º As atividades desenvolvidas com base nesta Lei não implica em isenção de taxas, emolumentos, tributos e impostos quanto aos patrocínios públicos diretos ou a eventuais pagamentos recebidos pelos realizadores efetuados através de leis de incentivo fiscal. 

Art. 2º Serão consideradas atividades artísticas e culturais, para fins desta Lei, todas as manifestações, shows, performances, saraus e recitais, nas mais diferentes linguagens, como teatro, dança, circo, mímica, música, artes visuais e plásticas, literatura e poesia. Parágrafo único. Durante a atividade ou evento fica permitido à comercialização de bens culturais duráveis, como CD’s, DV’s, livros, quadros e peças artesanais, sendo estes produtos da autoria do apresentante. Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 

GABINETE DO PREFEITO DE GOIÂNIA, aos 03 dias do mês de dezembro de 2015. 
PAULO GARCIA Prefeito de Goiânia Ivanor Florêncio Osmar de Lima Magalhães  

Palácio das Campinas Venerando de Freitas Borges 
(Paço Municipal) Av. do Cerrado nº 999 - Park Lozandes - Goiânia - GO 
CEP 74.884-900 
Fone: 55 62 3524.3004 
| e-mail:paulogarcia@goiania.go.gov.br 

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Pensamentos em Guerras III


PENSAMENTOS EM GUERRAS III
 
            Com a intenção de aprofundar o pensamento crítico sobre os trabalhos da Estudo de Cena e contribuir com a formação de seus/suas integrantes e do público, a Estudo de Cena convidou pesquisadoras e artistas, que tem interesse na relação entre arte e realidade latino americana, para escrever reflexões a partir do espetáculo GUERRAS DESCONHECIDAS.

Confiram o terceiro texto da série escrito pela cientista social e educadora Jade Percassi.

Pensamentos em Guerras na Batalha das Ideias


"Tão longa a história das perdas que é preciso que faça sentido."

(trecho de A Farsa da Justiça Burguesa)


Porque a História não começa onde a gente começa é que é preciso reconhecer a importância e a beleza destes Pensamentos em Guerras.

Partindo de um projeto mais amplo, "Barricadas", a ideia da intervenção (ou deveria se chamar peça de Agitação?) Guerras Desconhecidas encontrava-se inscrita na noção de arte contra-hegemônica, que, segundo o pensamento de Gramsci, considera que contribuir para romper com as relações de hegemonia vigentes e com um modo de pensar unificado, na formação de uma nova concepção de mundo por meio da qual se fará uma nova leitura da história e da herança cultural da humanidade, faz parte da tarefa revolucionária. E para cumprir com tal tarefa, como é sabido, não basta avermelhar o discurso.

Daí que reconhecemos, em cena, desalienadamente, dezenas de pistas que demonstram serem os atos desta peça frutos de intensa pesquisa – teórica, sobre os processos históricos de luta e resistência de trabalhadores e trabalhadoras, conforme declara a própria Companhia – mas também, e principalmente, do aprofundamento dos estudos de linguagem, que intensificados no último período através da realização dos seminários Teatro de todos os dias e Diversões Populares – agregaram elementos do teatro de feira, circo, teatro de rua, estátuas vivas, mamulengos, malhação de judas, cortejos, entre outros, expressões populares carregadas de força e beleza, insistentemente desqualificadas ou invisibilizadas pela dita "alta" cultura.


                                                               

Ainda sobre os sinais visíveis do processo de construção, tal como um canteiro de obras não desmontado, percebemos a riqueza da interação entre os pares – a contribuição, intencionalizada ou não, de integrantes de grupos de teatro aliados dentro dessa perspectiva de uma arte política e politizada, e que vão contribuindo nessa interação e fricção de linguagens e criações, para um repertório crescente de um modo de fazer teatro que se reconhece entre os diferentes. Apontaria, nesse sentido, traços de diálogos da trupe com Latão, Antropofágica, Estável, Brava, Engenho, Dolores, Kiwi, Buraco d'Oráculo – para ficar em alguns. Mas também, e não menos importante, do diálogo interrompido com uma tradição da militância teatral empreendida durante os anos que antecederam a ditadura civil- militar, dando continuidade a experimentações ousadas, ancoradas no princípio da indissociação entre técnica e política.

Na proposição de uma arte política contra-hegemônica se faz necessária a relação entre teoria e prática na produção do conhecimento, o desenvolvimento de ações e reflexões que possibilitem a formação de uma nova concepção de mundo por parte dos atuadores e atuadoras, cuja concreticidade se verifique na força da encenação. Nesse sentido, faz-se presente a participação política na formação dos integrantes da companhia, e isto se reflete na criação estética – desde o montar e desmontar a Barraca tendo o trabalho coletivo como princípio político-pedagógico, até referências possíveis devido à participação em espaços de luta e de debates junto aos movimentos sociais, como é o caso do diálogo com o MST e a Escola Nacional Florestan Fernandes (a instalação "mística" do encerramento figura como exemplo mais emblemático).


                                                           

Quando a Estudo de Cena começou a traçar sua rota de Barricadas, pretendia resgatar episódios de resistência popular pouco divulgados, e através destes, oferecer experiências simbólicas diversas para o imaginário do público. E eu digo, humildemente, que o que se alcançou foi muito além. Emprestando de Iná Camargo a tese sobre os sismógrafos - for­mas artísticas são conteúdo histórico sedimentado e, quando uma obra explicita a necessidade de superação de alguma con­venção vigente, ela está registrando, como um sismógrafo, aba­los havidos na sociedade. Podemos assumir que Guerras Desconhecidas, além de barricada, compõe um conjunto atual desses sismógrafos. Mas além disso, Guerras Desconhecidas contribui para criar espaços coletivos não-convencionais que nos permitem refletir e criticar as contradições que perpassam o cotidiano - passo fundamental na luta pela participação efetiva e consciente de homens e mulheres comprometidos com a transformação social.

Aos trabalhadores e trabalhadoras, fica o ensinamento histórico do não–conformismo – que só rezar não basta. E aos poderosos, fica o recado: quem não pode com as formigas, não assanhe o formigueiro...

Jade Percassi
Cientista social e educadora formada pela Universidade de São Paulo; é militante do Coletivo de Cultura do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST.

Repúdio da ABRAMALA aos agentes da Guarda Municipal de Foz do Iguaçu

Texto da Associação Brasileira de Malabarismo e Circo (ABRAMALA)


Viemos através dessa moção tornar público o seu repúdio a atitude truculenta e absolutamente indigna dos agentes da Guarda Municipal de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, que utilizando-se de um teaser, arma de choque, imobilizou e algemou um artista de rua que fazia suas apresentações de malabarismo em frente a um posto de combustíveis na Avenida Paraná.
Em vídeo divulgado pela RPC afiliada da Rede Globo na região oeste do Parana¹ pode-se ver na filmagem o abuso de poder dos políciais. Além do relato de testemunhas de que a vítima não havia mostrado nenhum sinal de desacato e de resistência à prisão realizada pelos policiais.
O incidente ocorrido no dia 01/12/2015, fere o seguinte artigo dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos:

“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;” 

Como também, a MOÇÃO nº 35 de 08 de dezembro de 2010, Publicado no D.O.U. de 20/01/2011 SEÇÃO 1, P. 3. do Conselho Nacional de Politicas Publicas em apoio aos artistas de rua.
  

¹Link da matéria  do Jornal Paraná TV publicada no dia 01/12/2015 (data de acesso 02/12/2015), http://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2015/12/artista-de-rua-algemado-leva-choques-no-meio-da-rua-em-foz-do-iguacu-veja.html