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segunda-feira, 17 de junho de 2013

A Paz é fruto da Justiça - Manifestos

MANIFESTO DO CENTRO SANTO DIAS DE DIREITOS HUMANOS DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
NÃO À VIOLENCIA E REPRESSÃO
São Paulo, 14 de junho de 2013
 
csddhO Centro Santo Dias de Direitos Humanos, diante dos acontecimentos desta quinta feira (13/06), na cidade de São Paulo, declara não poder silenciar diante de tanta barbárie.
 
Defendemos o direito de manifestação pacífica em um estado democrático, que tem o povo como soberano e reage às decisões apresentadas por seus representantes. Por tudo que assistimos e foi registrado houve excesso por parte da Policia Militar, com uma ação exacerbada e desproporcional no enfrentamento aos manifestantes.
 
Entendemos que as manifestações devem ser pacíficas e não apoiamos a violência de nenhuma das partes, mas esperamos do Estado a capacidade de lidar com conflitos e posições contrarias sem perder o controle e atingir os que deveria proteger e cuidar.
 
Agressão, prisões e espancamento de manifestantes e jornalistas são inaceitáveis.
 
Apelamos para o bom senso, o diálogo e a busca incessante de solução pacífica e repudiamos todos os atos de violência.
 
O Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo é uma entidade de defesa dos direitos fundamentais do cidadão que tem como missão a superação da violência e a promoção dos direitos humanos, econômicos, sociais, culturais e ambientais, tendo em vista a construção de uma sociedade mais justa, solidária e pacífica. Atua como órgão de defesa da pessoa humana e da coletividade.
 

Manifestações contra aumento da passagem é tema mais discutido nas redes

 

São Paulo - Um grupo de advogados criou um movimento no Facebook para angariar profissionais que possam atuar, gratuitamente, em defesa de manifestantes que forem eventualmente presos, em manifestação que ocorrerá na próxima segunda-feira, dia 18, em São Paulo.

A ideia é que estes voluntários entrem com habeas corpus na Justiça em favor de manifestantes presos nos protestos. Mais de 3 mil advogados e estudantes de direito já haviam se colocado à disposição das ações.

A reação dos advogados foi acompanhada por manifestações da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, que divulgou carta aberta ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) e ao prefeito Fernando Haddad (PT) na qual classifica a violência como "inadmissível" e critica a Rota.

A ONG de Direitos Humanos Conectas disse que "denunciará o caso aos relatores da ONU".

A Rede Nossa São Paulo espera que o protesto sirva para melhorar o transporte público. "Estamos discutindo esse problema há anos, mas só o que vemos é a Prefeitura e o governo estadual gastando milhões em pontes e túneis para carros", diz o coordenador de Democracia Participativa da Rede, Maurício Piragino.

Marcelo Furtado, diretor executivo do Greenpeace, também vê uma oportunidade real de conseguir mudanças nos transportes. "A tarifa foi apenas o estopim de uma demanda reprimida, que é a necessidade de um transporte coletivo melhor."

No próximo ato, marcado para segunda-feira, 17, no Largo da Batata, além de criticar o aumento da passagem, os jovens também se posicionarão pelo direito de manifestação e contra a repressão policial. Até a noite de sexta-feira, 14, 122 mil internautas já haviam confirmado participação no protesto.

O comandante-geral da PM, coronel Benedito Roberto Meira, admitiu que não sabe "que dimensão e qual magnitude terá a próxima manifestação". Mas afirmou que manterá a Tropa de Choque como uma "reserva estratégica" para atuar no protesto.


Protestos contra o aumento da passagem -  Comissão Justiça e Paz fala do uso indiscriminado de armas pela polícia em SPdh

por Redação — publicado 14/06/2013 15:24

"O movimento popular não controla as pessoas violentas que a ele aderem e tampouco as autoridades têm controle sobre a ação violenta da repressão", disse o presidente da Comissão. O presidente da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, Antonio Funari Filho, liberou uma carta aberta às autoridades públicas estaduais e municipais nesta sexta-feira 14. A instituição,ligada à Arquidiocese de São Paulo, falava dos protestos contra o aumento da passagem do transporte público na capital paulista e afirma a legitimidade do movimento. Funari Filho ressaltou que "o movimento popular não controla as pessoas violentas que a ele aderem e tampouco as autoridades têm controle sobre a ação violenta da repressão". Ele pede que esse seja o ponto de início para um diálogo.

Abaixo a carta na íntegra:

 

Senhor Governador e Senhor Prefeito

A Comissão Justiça e Paz de São Paulo, entidade fundada por Dom Paulo Evaristo Arns em 1972, vem em presença de Vossas Excelências ponderar e sugerir o que segue:

Vossas Excelências muito acertadamente declararam que as manifestações do movimento Passe Livre são legítimas e que o que não se pode admitir é a violência.

Vossas Excelências também declararam em uníssono que é impossível haver qualquer redução no valor da tarifa porque ela foi corrigida com índice inferior à inflação acumulada do período, o que já afastaria a possibilidade de negociação.

O resultado é que a falta de negociação tem acarretado o que é inadmissível, ou seja, a violência tomando conta das ruas, sendo praticada por alguns populares e por  policiais. O uso da Polícia Militar desde o início da manifestações não conseguiu estancá-la,  aterrorizou a população com o uso indiscriminado de armas menos letais e de efeito moral.  O uso recente da Rota transformou o que já era aterrorizante  em praças de guerra e provocou a multiplicação do número de feridos e aumentou a natureza das lesões sofridas.

Entendemos que se esta onda de violência  registrada nas recentes manifestações não for estancada, o problema  só se agravará, podendo resultar até em consequências piores e até em mortes. Os problemas sociais são de tal complexidade que não podem ser resolvidos pela repressão policial.

Temos certeza que os organizadores dos protestos e o poder público querem pôr fim à violência. Entretanto, o movimento popular não controla as pessoas violentas que a ele aderem e tampouco as autoridades têm controle sobre a ação violenta da repressão.

Entendemos que este ponto comum entre as partes possibilita um início de diálogo em que se possa chegar não apenas a um acordo quanto ao fim da violência e mas também quanto à questão da melhoria do transporte público e de uma política de tarifas que assegure ao cidadãos de São Paulo condições  menos indignas de vida.

A paz é fruto da Justiça.

Atenciosamente

Antonio Funari Filho

Presidente

 

 

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Pastoral Fé e Política


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