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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Relato sobre a apresentação quase proibida

Relato


No dia 31 de maio,
Arrepare o acontecido,
Na Praça do Ferreira
Tal fato foi ocorrido.
A cidade, importante dizer,
É Fortaleza, capital
De meu estado natal.

Eis a história crua
Desse drama verídico
Envolve teatro de rua
Em um caso jurídico.

Sem posse de autorização
Para na praça apresentar,
Pois nossa Constituição
Deveria assegurar
O direito de ir e vir
Bem como o livre expressar,
Seguimos para o lugar.
Descarregamos o material
Logo veio a fiscalização.
Conversa vai, conversa vem
Soubemos da proibição.
O fiscal, muito legal,
Entendeu a situação
Mas nada pode fazer
Por ser do baixo escalão
Levou-nos a sua chefia,
Que não quis nos receber:
- Ator de rua e de bermuda,
Não quero nem saber.

Após vestir roupa apropriada
Seguimos nós três: Edson, Selma e eu,
Para falar com a malcriada.
 Veja o papo como se deu:
- Em Fortaleza não pode.
- E como fica a Constituição?
- Não me deixe ainda mais de bode...
- Só queremos fazer nossa apresentação.

Depois de um diálogo truncado
Sem nada mais por fazer
Só nos restou ameaçar:
- Vamos ao público da praça dizer
Que mesmo com recurso federal
Apresentação não ia ter,
Pois vocês impediram as pessoas
Um momento de lazer.

Tudo isso era registrado,
Quase trinta minutos
No celular estava gravado.
E as autoridades, ali como matutos,
Sem nada saber.
A astúcia é valida para
O nosso direito valer.

Depois de muito bate boca
Veio, entretanto, a decisão,
O moço de olho vesgo
Mudou a sua opinião.
Era o chefe do departamento,
Veio e deu a sua ordem:
- Faça a autorização que eu assino.
Evitando, assim, maior desordem.

Essa foi a primeira vez
Que quase fui impedido
De na rua apresentar.
Fiquei bastante ofendido,
Amargurado da vida,
Pois tal fato se deu
Em minha terra querida,
O meu lindo Ceará.

Adailton Alves 

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