Foram setes
dias de diálogos, celebrações, vivências e trocas. Dois temas que se fundem, os
ambos tinham o mesmo efeito, preservar o cidadão das doenças sociais com a
prática publica das manifestações artísticas, pois saúde é prevenção social,
coletiva e não o produto final após a digestão de líquidos e pílulas. Arte
Pública e Saúde Pública. Sete dias de setembro onde a Universidade Popular de
Arte e Ciência e a Rede Brasileira de teatro de Rua tiveram contato para falar
sobre os temas propostos. Diferentes em seus métodos mais iguais em um
fundamento: a prática da arte em prol de uma população e uma cidade com saúde,
não só física, mas também equilibrada no sentimento coletivo público e no bem
estar social.
BRASILIA
Para
entender o presente é preciso resgatar a memória passada e avançar no futuro
possível. Aqui me contradigo quando falei que o encontro no Rio foi proposto no
Ocupa Nise 2013.
Acho que nasce
antes, quando em Brasília, no XII Encontro da RBTR, quando nas rodas começamos
a falar sobre Arte Pública, que conceito era esse que tinha nascido no
movimento do Rio de Janeiro, quando os grupos de teatro e circo de rua tendo
problemas para se apresentar nos espaços abertos por conta do Choque de Ordem
instaurado na cidade por decisão da Secretária Municipal de Ordem Pública e
quando através dos nossos encontros verificamos que não somente nós, mais os
artistas que se apresentam nos espaços públicos estavam sendo proibidos de
trabalhar, com seus materiais apreendidos pela Guarda Municipal. Verificamos
que a rua tinha uma gama de cidadãos que optaram por exercer seu oficio nas
praças e esquinas, vivendo do seu chapéu com colaboração voluntária do seu
público. O Movimento no Rio cresceu e em pouco tempo conseguimos aprovar uma
lei que protegia o artista de rua e que virou modelo para outros municípios
brasileiros conseguirem instituir as leis nas suas cidades e passamos a nos
encontrar semanalmente, na Casa do Tá Na Rua, sempre as segundas feiras –
encontros esses que completaram três anos - como um fórum, o Fórum de Arte
Pública, onde os artistas de rua, cada qual com a sua arte, se encontravam para
entender e dialogar sobre o conceito Arte Pública e para falar de Políticas
Públicas para as Artes Públicas.
HOTEL DA LOUCURA OCUPA
NISE 2012
Assim,
avançando para 2012, na segunda Edição do Ocupa Nise, onde acontecia o 3°
Congresso da Universidade Popular de Arte e Ciência, o conceito arte Pública
também foi mencionado. Neste encontro, articuladores da RBTR estavam presentes
não ultimo dia do evento, reunidos em uma roda, trocamos informações do ultimo
encontro realizado pela RBTR em Brasília e dos últimos encontros da UPAC e do
Ocupa Nise. Neste momento, os articuladores da Rede sugeriram propor no Acre,
onde aconteceria o XIII Encontro da RBTR, que o Rio de Janeiro sedia-se um dos
próximos encontros justamente ali, no Engenho de Dentro, no Hotel da Loucura
sediado no Instituto Nise da Silveira. A idéia foi acolhida com alegria e
canção, afinal, estávamos falando da necessidade da saúde para o ser humano,
mas não através de remédios e poções, mas de bem estar psíquico e físico. De
que o cidadão precisa de saúde pública para poder se proteger das doenças da
sociedade e que a arte era o potencial harmônico para corpo, mente e alma.
Assim, no Acre, a proposta Rio seria apresentada.
Herculano Dias
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