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domingo, 21 de setembro de 2014

MÉMORIA PRESENTE I



Foram setes dias de diálogos, celebrações, vivências e trocas. Dois temas que se fundem, os ambos tinham o mesmo efeito, preservar o cidadão das doenças sociais com a prática publica das manifestações artísticas, pois saúde é prevenção social, coletiva e não o produto final após a digestão de líquidos e pílulas. Arte Pública e Saúde Pública. Sete dias de setembro onde a Universidade Popular de Arte e Ciência e a Rede Brasileira de teatro de Rua tiveram contato para falar sobre os temas propostos. Diferentes em seus métodos mais iguais em um fundamento: a prática da arte em prol de uma população e uma cidade com saúde, não só física, mas também equilibrada no sentimento coletivo público e no bem estar social.

BRASILIA
Para entender o presente é preciso resgatar a memória passada e avançar no futuro possível. Aqui me contradigo quando falei que o encontro no Rio foi proposto no Ocupa Nise 2013.
Acho que nasce antes, quando em Brasília, no XII Encontro da RBTR, quando nas rodas começamos a falar sobre Arte Pública, que conceito era esse que tinha nascido no movimento do Rio de Janeiro, quando os grupos de teatro e circo de rua tendo problemas para se apresentar nos espaços abertos por conta do Choque de Ordem instaurado na cidade por decisão da Secretária Municipal de Ordem Pública e quando através dos nossos encontros verificamos que não somente nós, mais os artistas que se apresentam nos espaços públicos estavam sendo proibidos de trabalhar, com seus materiais apreendidos pela Guarda Municipal. Verificamos que a rua tinha uma gama de cidadãos que optaram por exercer seu oficio nas praças e esquinas, vivendo do seu chapéu com colaboração voluntária do seu público. O Movimento no Rio cresceu e em pouco tempo conseguimos aprovar uma lei que protegia o artista de rua e que virou modelo para outros municípios brasileiros conseguirem instituir as leis nas suas cidades e passamos a nos encontrar semanalmente, na Casa do Tá Na Rua, sempre as segundas feiras – encontros esses que completaram três anos - como um fórum, o Fórum de Arte Pública, onde os artistas de rua, cada qual com a sua arte, se encontravam para entender e dialogar sobre o conceito Arte Pública e para falar de Políticas Públicas para as Artes Públicas.


HOTEL DA LOUCURA OCUPA NISE 2012
Assim, avançando para 2012, na segunda Edição do Ocupa Nise, onde acontecia o 3° Congresso da Universidade Popular de Arte e Ciência, o conceito arte Pública também foi mencionado. Neste encontro, articuladores da RBTR estavam presentes não ultimo dia do evento, reunidos em uma roda, trocamos informações do ultimo encontro realizado pela RBTR em Brasília e dos últimos encontros da UPAC e do Ocupa Nise. Neste momento, os articuladores da Rede sugeriram propor no Acre, onde aconteceria o XIII Encontro da RBTR, que o Rio de Janeiro sedia-se um dos próximos encontros justamente ali, no Engenho de Dentro, no Hotel da Loucura sediado no Instituto Nise da Silveira. A idéia foi acolhida com alegria e canção, afinal, estávamos falando da necessidade da saúde para o ser humano, mas não através de remédios e poções, mas de bem estar psíquico e físico. De que o cidadão precisa de saúde pública para poder se proteger das doenças da sociedade e que a arte era o potencial harmônico para corpo, mente e alma. Assim, no Acre, a proposta Rio seria apresentada.


Herculano Dias

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