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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sobre o Fórum da 5ª Mostra de Teatro de Rua Lino Rojas



por Marcos Pavanelli

Em primeiro lugar gostaria de parabenizar todos os grupos e pessoas que colaboraram para a realização deste evento importantíssimo para o teatro de São Paulo e do Brasil, que foi pensado e organizado por um coletivo de fazedores e pensadores de teatro de rua chamado Movimento de Teatro de Rua de São Paulo,  que desde 2001 vem promovendo ações que apontem a importância do teatro feito nas ruas e praças deste Brasil.

Neste Fórum tivemos a oportunidade de convidar algumas pessoas de outras regiões do Brasil (Jussara Trindade-RJ, Junio Santos-CE, Patrícia Caetano-RN,  Fillipo Rodrigo-RN, Giancarlo Carlo Magno-RS e outros convidados de última hora trazidos pelo Pombas Urbanas da Colômbia e Taiwan)  que colaboraram muito para o debate nos dias 29, 30 e 31 de Julho de 2010, em Sampa o que, no meu entender, deu um novo fôlego ao movimento local.


Acredito que este tipo de participação dos articuladores de outras localidades nos encontros regionais, dão um tom diferente aos debates e ajudam muito no intercâmbio e troca de ideias em âmbito nacional, funcionando como uma prévia dos debates que acontecem nos nossos encontros da Rede Brasileira de Teatro de Rua (RBTR), que neste semestre será na região Centro-Oeste, dando continuidade ao desejo dos articuladores da RBTR de descentralizar as discussões sobre teatro e políticas publicas para a Cultura. Espero podermos tornar isto como prática constante em todas as outras mostras de teatro de rua realizadas pelo Brasil, fortalecendo, dessa forma, os movimentos regionais. É importante ressalatar que não estou dizendo que isto é uma novidade, pois já participei de outros encontros – que não os oficiais da RBTR – que também tinham articuladores de outras regiões, mas estou sugerindo que isto se torne um hábito.

Foram muitos os temas debatidos aqui no Fórum da 5ª Mostra de Teatro de Rua Lino Rojas, vou citar alguns que acredito serem os mais importantes:
- Passar ou não o chapéu quando somos contratados ou pagos para fazer uma apresentação;
- A falta de liberdade para apresentações e manifestações artísticas nas ruas e praças de algumas cidades do Brasil;
- A critica sobre o teatro feito fora dos palcos, quais os critérios a serem levados em conta? Ou usamos os mesmos critérios utilizados para as apresentações convencionais? Neste caso algumas pessoas defenderam a tese de que nós, os fazedores de teatro de rua, temos que educar os críticos sobre os aspectos que achamos necessários e interessantes e que precisam ser levados em conta sobre o nosso modo de fazer e organizar nosso trabalho;
- Qual o tipo de organização estamos buscando dentro dos nossos grupos, associações e movimentos? Quais relações estão sendo estabelecidas e que de alguma forma se contrapõe a ordem vigente no país e no mundo, e de que forma isto se reflete no nosso trabalho?


Fizemos tambem o lançamento da 2
ª edição da revista do MTR/SP,  Arte e Resistência na Rua que traz um panorama sobre o que está sendo feito e produzido pelos grupos de teatro de rua do estado de São Paulo e do Brasil e que pela primeira vez tiveram o direito de resposta sobre as criticas feitas sobre seus espetáculos,  o que, no meu entender, é uma forma de construir uma critica especializada sobre nosso fazer e contribui para a reflexão e elaboração de um pensamento acerca do nosso TEATRO DE RUA.


Gostaria de registrar aqui o alto índice de participação de grupos, estudantes e pessoas interessadas no assunto, refletindo o bom momento que passa o teatro de rua do Brasil. Por fim, lembrar que uma parte deste Fórum foi realizado dentro da UNESP (Universidade do Estado de São Paulo), fazendo com que o teatro de rua e seus fazedores tenham voz dentro das entidades de ensino.


Estamos caminhando, estamos nos encontrando, estamos nos organizando, estamos nos reconhecendo e crescendo juntos!

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