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domingo, 20 de maio de 2012

A cidade para quem nela vive

A CIDADE PARA QUEM NELA VIVE

O dia 15 de maio já entrou para o trem da historia, pois na Casa do Grupo Tá Na Rua, situado na Lapa, em frente ao Largo da Lapa e dos Arcos, um dos muitos cartões postais da querida Cidade do Rio de Janeiro, tivemos a presença do Excelentíssimo Prefeito Eduardo Paes, que saiu do seu gabinete, em encontro por ele pedido, em gesto raro, para dialogar com os artistas populares que ocupam as praças da cidade maravilhosa, tornando-a mais alegre e colorida. Essa é a função do artista de rua, romper com as cinzas do cotidiano e trocar com a população, fazendo o público refletir e ver as possibilidades da cidade, do bairro, da rua onde o cidadão circula, mora, convive e vive. E ele veio para nos trazer uma resposta as nossas indagações sobre o porque de vetar o projeto de lei 931/2011 que protege o artista popular, aquele artista-cidadão que tem uma relação vertical com seu publico, cujo holofote é o sol e a rua o seu palco, sem paredes, sem verticalidade. A Arte Pública que agora se está discutindo, é um conceito novo, mas também antigo, pois o artista de rua é ancestral, a arte de rua é ancestral, presentes nas festividades do antigo Egito, nas feiras medievais, nas quermesses das nossas festa juninas. Tivemos a boa noticia, palavras proferidas pelo senhor prefeito, que iria falar com a sua bancada, se comprometendo, para votar contra o veto e derruba-la. Isso é bom, é uma vitoria da sociedade, é uma vitória da Arte Publica. Há muito estávamos sofrendo com a truculência da guarda municipal, impedindo o direito a expressão, impedindo a poesia, o colorido, coibindo a nossa liberdade.

Quando o artista, os grupos, ocupam as praças, estão fazendo uma declaração de amor a cidade. É legitimo e bom para o poder publico reconhecer a importância da arte pública, pois ela não é uma produção do poder publico, ela é feita por particulares, por indivíduos, cidadãos que vivem nesta cidade, que acompanham sua rotina e que deve ser protegida pelo poder publico, concedendo-lhe a liberdade das ruas e não permitindo que os cassetetes falem mais alto. Aprovar esta lei é dizer sim à vontade popular, pois ela foi baseada e escrita através de consultas na base, ou seja, o povo foi consultado. O cargo de vereador pertence ao povo e considero um dever que cada vereador vote contra o veto da lei, fazendo jus e a vontade do povo. Cabe a cada representante da Casa do Povo, a Câmara de Vereadores que respalde a confiança que foi depositada pela população para que suas necessidades, suas ansiedades, suas propostas, suas possibilidades sejam ouvidas e dialogadas. Votar a favor da Lei, para que ela seja sancionada é votar a favor de quem vive nesta maravilhosa cidade. O futuro  se faz no presente e reconhecer e legitimar a importância da Arte Pública é apontar para o futuro, para o moderno, pois o futuro se faz no presente. Termino cantando:

 "Rio de Janeiro,

Gosto de você,

Gosto de quem gosta

Deste céu,

Deste mar

Dessa gente feliz"

Herculano
cordelista, poeta, cronista e ator


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