Panfleto - trata-se de mais um conceito absolutamente importante, mas equivocadamente apresentado e pensado até mesmo por ditos especialistas da área. Panfleto concerne, conotativamente, e desde os fins do século XIX, à inserção de tratamento explicitamente político - e no caso de esquerda ou reivindicativo - em um texto, discurso, manifestação. Ocorre que, historicamente, o conceito, antes da ação concreta, radicalizada pela luta - inclusive armada -, funcionava como um expediente de denúncia e também conclamador, para o ajuntamento, de todos aqueles inseridos nos quadros da exploração. Entretanto, anteriormente à mudança de seu télos, panfleto, do francês pamphlet, é um vocábulo tornado usual no século XVIII, originário do inglês pamphlet, alteração de pamphilet e panflet, nome popular de certa comédia latina, em verso, do século XII, denominada pamphilus seu de amore. O nome desta modalidade de comédia, bastante conhecida por causa de sua personagem representativa: a velha alcoviteira, serviu para designar, na Inglaterra, a partir do século XVI, qualquer escrito satírico de pouca extensão.
Por meio da descrição encontrada no Dicionário etimológico da língua portuguesa, de José Pedro Machado - (IV volume). Lisboa: Livros Horizonte, 2003, p.292 -, tem-se, no novo sentido atribuído à palavra, desacreditando das reais reivindicações dos trabalhadores, a permanência de histórico e culturalizado interesse dos "cultuadores da alma burguesa". De qualquer forma, o conceito é tido hoje como texto curto, que ganha conotação, eminentemente radical, premido por caráter propagandístico: político e partidário.
Alexandre Mate.
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