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terça-feira, 18 de agosto de 2015

Teatro de rua é coisa de mestre

Mirtthya Guimarães[1]

Esquenta o tambor, aperta a perna de pau, “calma, concentração, foco, música, jogo, alegria...” “te realizo três pedidos!”, e um presente cheiro de erva mate para não nos deixar esquecer que o grupo gaúcho Oigalê vai entrar em cena na quarta noite do VIII Festival Amazônia em Cena na Rua.
O espetáculo “Deus e o Diabo na Terra de Miséria”, que narra a história de um gaúcho ferreiro que recebe a visita de São Pedro e do Nosso Senhor que lhe concede três desejos, os mesmos, a priori, não fazem muito sentido, mas ao longo da narrativa são usados para ludibriar os diabos que vão aparecendo para lhes buscar. Por enganar Deus e o Diabo, o ferreiro Miséria é impedido de entrar no Céu e\ou no Inferno. Contudo, se diz que é por esse motivo que a miséria perambula pela terra.

Esta fábula é contada pelo grupo desde 1999, ano que também nasce o grupo residente em Porto Alegre. Com muita maestria os atores vão costurando as ideias e seduzindo os espectadores com muita música, na qual, esta assume uma função épica importante, contando o que irá acontecer. De forma engraçada e envolvente os atores, que têm uma potência vocal impecável, vão revelando e manipulando suas técnicas aperfeiçoadas do estar na rua. São corpos vibrantes, potentes que conversam com o espaço aberto, o espetáculo é uma explosão de energia, que foi sendo reverenciado por vários aplausos em cena aberta. Em um conjunto equilibrado de quatro atores “Miséria corre o mundo” perfumando as cidades com muita alegria e mate gaúcho.




[1]   Graduada em Licenciatura em Teatro pela UFPB, mestrado em Artes Cênicas pela UFRN, faz parte do Grupo de Teatro Quem Tem Boca é Pra Gritar, é estudante da especialização em Arte, Educação e Sociedade, pelo CINTEP–PB, é articuladora da Rede Brasileira de Teatro de Rua, foco de pesquisa preparação do ator para rua. 

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