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sábado, 19 de março de 2011

Dia da poesia em Mossoró !

 
Vejam a materia abaixo do jornal Gazeta de Mossoró. Esse espaço é uma feira livre, só que vive sob administração da COBAL. Em Mossoró no ano de 1984 o Embuaça de Sergipe estava se apresentando na praça da matriz quando a polícia foi proibir por ordem do Bispo. Eu e Grimário Farias fomos a delegacia e convencemos o delegado. Muito antes em 86 o Alegria-Alegria (na epoca fazia parte dele) foi proibido de se apresentar ao lado do mercado. Em cena, convenci o guarda e continuamos.

Essa história é antiga e começa se repetir de formas perigosa!  Será que ainda não saimos da ditadura? Por algumas posturas, falta de independencia, expulsão de políticos porque votou contra, acho que continuamos ainda no clima. Os corruptos não são expulsos, são graduados e agraciados com altos cargos e os rebeldes são punidos. Tem cheiro de ditadura até nos que combateram?  Sei lá, isso é conversa de gente grande.

Junio Santos - 20 anos de movimento popular escambo livre de rua - 30º ESCAMBO 28 de abril a 01 de maio de 2011 em Janduís-RN


O Dia Nacional da Poesia, foi comemorado ontem, em todo o País, em memória do nascimento do grande poeta da liberdade Castro Alves. Em Mossoró, a data começou a ser lembrada no sábado, 12, com recitais e encontros literários. A ideia da Poema, entidade que reúne alguns poetas da cidade, era amanhecer com os autores na Central de Abastecimento Prefeito Raimundo Soares, popularmente conhecida como Cobal. Mas o que parecia ser mais um evento literário, acabou se transformando num constrangimento. Através de dois seguranças, os poetas ali presentes - durante a chegada dos seguranças, Genildo Costa ainda cantava - foram informados de que não poderiam recitar nada. "É necessária uma autorização e eles não têm para realizar qualquer que seja o evento aqui", falou o segurança Flaviano Francisco, que ressaltou estar "cumprindo ordens, infelizmente".
O evento estava previsto para seguir até as 7h30, mas foi interrompido em seu início, logo às 5h50, depois de dois poemas recitados. O som foi desligado e a plateia ficou sem literatura. A autorização, para leitura de poemas, não havia sido dada. "Nós viemos quarta, quinta e sexta, para falar com o senhor Carlos Luz, diretor deste estabelecimento, e não o encontramos", disse o poeta e presidente da Poema, Caio César Muniz, visivelmente contrariado, depois que foi informado acerca do cancelamento do recital.
Alguns comerciantes acharam a atitude brusca e "sem cabimento". "Deveria ter mais um pouco de flexibilidade. Eles estão recitando poemas", comentou Assis Nascimento. "Como é que você prega a liberdade e acontece uma coisa dessas? Há muita gente mal intencionada na Cobal e às vezes eles não fazem nada. A poesia humaniza a cidade. Os artistas quebram a nossa rotina. O povo estava gostando. Que mal há nisso", ressaltou Assis, que estava vendo o recital.
"Isso não é a primeira vez que acontece. Já nos expulsaram uma vez. Eles nos ameaçaram até sob clima de violência, dizendo que se não saíssemos por bem sairíamos por mal! Parafraseando Castro Alves: A Cobal é do povo como o céu é do condor", frisou Rogério Dias, poeta e artista plástico, que durante o incidente ainda tentou - em vão - que o evento fosse realizado. Os poetas chegaram a ir para o outro lado da rua, para o bar Flechal, mas o clima poético já havia sido quebrado, naquela que deveria ter sido uma amanhã literária...
RELATO DE UM INCIDENTE — "Nós fomos tratados, de certa forma, como bandidos", salientou o poeta Rogério Dias. Para ele, o problema poderia ter sido resolvido, sem que para isso os poetas fossem proibidos de recitar seus poemas. "Este é um ambiente público. Precisa de uma autorização para recitar poemas? De onde surgiu isso?" questionou.
Segundo Caio César Muniz, depois de informado sobre o impedimento, foi acompanhado pelos dois seguranças para falar com o diretor da Cobal, Carlos Luz. "Fui falar com ele, dei bom dia e ele perguntou se estava tudo bem. Eu disse que não. Falei que estávamos ali recitando poemas e nada mais. Mas ele me disse que sem autorização, nada feito. Então, critiquei a postura dele e ele me mandou sair e desligar o som. Ainda fui intimidado por um dos seguranças e tivemos de sair", narrou.

O OUTRO LADO — Procurado na manhã de ontem - eram 10h40 - pela reportagem da GAZETA, o gerente da Cobal, Carlos Luz, não foi encontrado para comentar o caso dos poetas e a reclamação dos comerciantes acerca da insegurança no lugar. Em sua sala, apenas a cadeira vazia. Nos dois telefones fornecidos à reportagem, todas as ligações foram encaminhadas para a caixa postal.

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